O caso teria ocorrido no dia 30 de dezembro do ano passado. Entre as testemunhas estão: uma amiga e a prima da denunciante; dois garçons da área VIP da Sutton; o porteiro da casa noturna; o diretor da casa noturna, responsável por acionar o protocolo contra agressão sexual e chamar a polícia; e outras duas pessoas que estavam na discoteca na noite do ocorrido.
O primeiro a chegar ao tribunal, no início da manhã, foi o advogado de defesa do brasileiro, Cristóbal Martell. Ele não falou com a imprensa que se amontoou no local para acompanhar o caso. A advogada da vítima, Ester García, também não quis prestar declarações em sua chegada. A oitiva não foi pública.
Em entrevista ao “Programa de Ana Rosa”, do canal Telecinco, Cristóbal Martell questionou no início da semana alguns indícios, recolhidos pela polícia e que foram usados na determinação da prisão do jogador brasileiro. Entre os elementos citados estão imagens de câmeras de segurança que entrariam em conflito com o depoimento da possível vítima.
As imagens mostrariam que Daniel Alves entrou no banheiro, onde teria ocorrido o estupro, dois minutos antes da vítima. Segundo a defesa, a mulher, depois de conversar com amigos e com um garçom, vai ao banheiro e entra, sem qualquer ajuda de Daniel Alves. A defesa argumenta ainda que há dúvidas se o relato da vítima sobre o que aconteceu entre o casal no banheiro também poderia estar “adornado de elementos idênticos de distorção narrativa” e que as gravações desmentem “do modo mais radical o clima de terror e pavor” descrito pela mulher.
A denunciante afirma que foi trancada no banheiro pelo jogador e agredida e estuprada. O circuito interno mostrou que os dois ficaram cerca de 15 minutos no mesmo banheiro. Material coletado encontrou vestígios de sêmen tanto internamente quanto no vestido da denunciante. Segundo Ester Garcia, Daniel Alves não teria usado preservativo durante o ato e a sua cliente precisou tomar um coquetel antiviral para evitar infecções.
Daniel Alves está preso desde 20 de janeiro, sem direito a fiança. O atleta de 39 anos está no Centro Penitenciário Brians 2, em Barcelona, e nega todas as acusações. Na segunda-feira, a defesa entrou com recurso contra a prisão preventiva do ex-jogador do Barcelona. Em um documento de 24 páginas, a defesa alega que não há risco de fuga e pede que o atleta responda em liberdade. Foi sugerida a entrega do passaporte e até mesmo o uso de “pulseira telemática”, similar a uma tornozeleira eletrônica.