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Novos ônibus chegam em julho

FOTO: ALFREDO RISK

O prefeito Duarte Noguei­ra (PSDB) anunciou, em vídeo postado nas redes sociais na terça-feira, 24 de janeiro, que parte da nova frota dos ônibus do transporte coletivo urbano de Ribeirão Preto começará a circular em julho. Segundo ele, na primeira etapa serão substi­tuídos 50 veículos de um total de 150 que serão trocados até o final deste ano. A renovação será de 50% em 2023.

Os novos veículos terão ar­-condicionado, suspensão a ar, wi-fi e carregador de celulares. O restante da frota, outros 150 veículos, serão substituídos em 2024. A renovação consta da revisão do contrato de conces­são assinado com o Consórcio PróUrbano – grupo conces­sionário do transporte coleti­vo urbano de Ribeirão Preto, formado por Rápido D’Oeste (50%) e Transcorp (50%) e que opera 119 linhas com 352 ôni­bus na cidade.

No final do ano passa­do, a Câmara de Vereadores aprovou projeto do Executi­vo que possibilitou a revisão do contrato de concessão do transporte coletivo, assina­do em maio de 2012, ainda na gestão Dárcy Vera (então no PSD, hoje sem partido). A prefeitura ainda liberou repasse de R$ 70 milhões ao grupo. A primeira parcela de R$ 20 milhões foi paga em dezembro do ano passado.

Outros R$ 20 milhões es­tão previstos para este mês, mais R$ 20 milhões em junho e R$ 10 milhões, em janeiro de 2024. Em contrapartida, o Consórcio PróUrbano desis­tirá de cinco ações contra a prefeitura de Ribeirão Preto. O mesmo será feito pelo governo municipal, que pedirá o arqui­vamento de ações e processos administrativos que tiver con­tra o concessionário.

Na semana passada, o vere­ador Lincoln Fernandes (PDT) protocolou ofício na prefeitura solicitando informações sobre o cronograma estabelecido para a substituição dos veícu­los. O parlamentar afirma que tem recebido muitas reclama­ções dos usuários do transpor­te coletivo sobre as condições dos ônibus e a má qualidade dos serviços prestados.

O mais recente episódio en­volvendo ônibus em má condi­ção de conservação aconteceu em 19 de janeiro. Um ônibus do transporte coletivo perdeu duas rodas traseiras em mo­vimento na avenida Marechal Costa e Silva, Zona Norte da cidade. O veículo, que faz a linha Simioni (A-210), teve o trajeto interrompido em função do incidente. O caso ocorreu em frente a um pon­to de ônibus no cruzamento com a rua Flávio Uchôa, na divisa dos Campos Elíseos com o bairro Ipiranga.

No ofício, o vereador tam­bém cita a reportagem pu­blicada pelo Tribuna sobre o total de reclamações registra­das na Empresa de Trânsito e Transporte Urbano (Transerp) contra o PróUrbano, no ano passado (leia nesta página). Fernandes ainda pediu infor­mações sobre o repasse de R$ 70 milhões autorizado pela Câmara de Vereadores.

Consórcio é alvo de 4.051 queixas
A Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Tran­serp) registrou 4.051 reclamações de usuários do transporte coletivo no ano passado, média de onze por dia, cerca de uma a cada duas horas. Segundo o levantamento, as principais queixas dos usuários envolvem falta de manutenção dos veículos, atrasos nos itinerários e motoristas que não param nos pontos.

São 1.347 reclamações a mais que as 2.704 queixas registradas em 2021, alta de 49,8%. Por causa dessas queixas, o Consórcio PróUrbano – grupo concessionário do transporte coletivo urbano de Ribeirão Preto, formado por Rápido D’Oeste (50%) e Transcorp (50%) e que opera 119 linhas com 352 ônibus na cidade – recebeu 1.465 multas no ano passado.

São 859 a mais que as 606 do período anterior, alta de 141,7%. As autuações envolvem falhas operacionais – como o não cumprimen­to de horários e itinerários – e o excesso de tempo de parada nos pontos de ônibus, dentre outros. Ao todo, as punições resultaram em multas no valor de R$ 476.945,16 – ainda em aberto dentro do prazo de recursos. Em 2021, o montante chegou a R$ 150.079,06. O pagamento foi efetuado.

Atualmente, o Consórcio PróUrbano é alvo de uma ação civil pú­blica movida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por má qualidade na prestação dos serviços. O grupo afirma que os atrasos acontecem porque os motoristas precisam fazer desvios em regiões onde estão sendo realizadas obras de mobilidade urbana. Também argumenta que os corredores de ônibus, vários já em funcionamento, ajudarão a dar mais agilidade ao sistema.

Tarifa
Em 16 de fevereiro do ano passado, o valor da passagem de ônibus foi reajustado em 19%. A tarifa do transporte coletivo urbano saltou de R$ 4,20 para R$ 5,00, acréscimo de R$ 0,80. É uma das mais caras do Estado de São Paulo. Segundo o contrato de concessão do transporte coletivo, a revisão tarifária deve ocorrer em julho.

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