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A Copa que interessa

Somos um povo que tem alguns caracteres infantis. Somos ufanistas, para nós a Copa é a época de colocar a “Pátria de chuteiras” e torcermos, fervorosamente, por nossa seleção.

Mas a Copa que interessa de verdade é outra. O jornalista Leonardo Vieceli, da FSP, fez uma análise da situação econô­mica do Brasil, em cotejo com os demais países que partici­param da Copa. Não temos essa bola toda. Estamos longe dos primeiros. Tanto em crescimento, como em custo de vida.

Os ufanistas falam em PIB – Produto Interno Bruto de 3% para o Brasil em 2022. Não é o que indicam as projeções divul­gadas pelo FMI – Fundo Monetário Internacional. O PIB de 2,8%, previsto para o nosso país, é o vigésimo em 32 países.

À nossa frente estão Arábia Saudita, que crescerá 7,6%, Portugal, com 6,2%, Croácia, 5,9%, Uruguai, 5,3%, Senegal, 4,7%, Holanda, 4,5%, Espanha, 4,3%, Argentina, 4%, Austrá­lia, Camarões, Costa Rica e Polônia com 3,8%, Gana e Reino Unido, 3,6%, Sérvia, 3,5%, Qatar, 3,4%, Canadá, 3,3%, Irã, 3% e Equador, com 2,9%.

Nossa inflação, calculada em 6%, não é a menor do plane­ta. Mas estamos melhor do que a Argentina, cuja previsão é 95%. Empatamos com o Marrocos, mas Camarões, com 4,1%, Equador e Suíça, com 3,8%, Qatar, com 3,1%, Arábia Saudita com 2,7% e Japão, 2,4%, estão em melhor situação.

Já com relação à taxa de desemprego em 2022, somos o quinto país, com 9,8%, muito longe da Suíça, com 2,2%, do Japão, com 2,6%, Polônia, 2,8%, Alemanha, 2,9% e Coreia do Sul com 3% de desemprego. Só nos ultrapassam nessa preo­cupante avaliação, a Espanha, com 12,7%, Costa Rica, 12,5%, Marrocos, com 11,1% e Sérvia, com 9,9% de desempregados.

Não será fácil equacionar os problemas que derivam da falta de investimento, agravada pela errática política nas relações internacionais, que afugentou o capital estrangeiro, apto a aplicar neste país que, de promissora potência verde, aceitou e se orgulhou do título de “pária ambiental”, ganho com a célere, deliberada e cruel façanha do desmatamento em todos os biomas.

Sem crescimento não há emprego. Famílias desestrutu­radas, a fome se alastrando, o aquecimento global trazendo infortúnios humanos e econômicos. Qual é a torcida que con­seguirá reverter esse quadro, para que o Brasil possa almejar a Copa da redução da miséria e da desigualdade?

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