Sete moradores da macrorregião de Ribeirão Preto estão na lista atualizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de prisões em flagrante convertidas em preventiva pelos ataques golpistas aos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro. A relação foi divulgada no final da tarde da última sexta-feira (20).
As sete pessoas da região seguem detidas após os ataques ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal, que foram invadidos, depredados e vandalizados. Dois advogados são de Ribeirão Preto, mas há um empresário e uma moradora de Franca, veterinária de Guariba e políticos de Nuporanga e Pitangueiras.
Os advogados são Nara Faustino de Menezes, de 43 anos, e Barquet Miguel Júnior, de 52 anos. O empresário de Franca Douglas Ramos de Souza tem 41 anos e a moradora da cidade Shara Silvano Silva, 23 anos. As defesas de Nara Faustino Menezes e de Barquet Miguel Junior dizem que não vão se manifestar.
Segundo a lista da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), atualizada no domingo (22), além dos quatro citados também continua presa na Penitenciária Feminina do DF (Colmeia) a médica veterinária e social media de Guariba, Ana Carolina Isique Guardiéri Brendolan, de 30 anos.
O suplente de vereador em Nuporanga, Henrique Fernandes de Oliveira, o Sargento Fernandes (MDB), de 51 anos, um dos 35 políticos presos por atos golpistas e invasão às sedes dos Três Poderes, está no Centro de Detenção Provisória II (Papuda).
A lista traz ainda Marcos Joel Augusto, o Marcão Bola de Fogo, de 52 anos, morador de Pitangueiras, que em 2020 concorreu ao cargo de vereador pelo Cidadania e não foi eleito. Ele também está no Centro de Detenção Provisória (CDP) da Papuda.
A advogada Nara Faustino de Menezes, já havia sido transferida para uma cela especial no 19º Batalhão de Polícia Militar do Distrito Federal. Barquet Miguel Junior (filho do ex-vereador Barquet Miguel, que cumpriu sete mandatos na Câmara de Ribeirão Preto) está no CDP da Papuda.
Já disse em depoimento que foi a Brasília em viagem de turismo, e não para participar dos atos antidemocráticos. Sete crimes são investigados: atos terroristas, inclusive preparatórios; associação criminosa; abolição violenta do estado democrático de direito; golpe de estado; ameaça; perseguição; e incitação ao crime.
Os dois advogados de Ribeirão Preto e os dois moradores de Franca estão entre as 942 pessoas que tiveram as prisões em flagrante convertidas em prisões preventivas após conclusão da análise de 1.459 atas de audiência de custódia pelo ministro Alexandre de Moraes até o fim da semana passada.
Outras 464 obtiveram liberdade provisória, mas mediante medidas cautelares, como uso de tornozeleiras eletrônicas a serem instaladas pela Polícia Federal, proibição de deixar a comarca e o país, permanência em casa durante a noite e aos fins de semana, suspensão de porte de arma e proibição de uso das redes sociais.
Em sua fundamentação, o ministro Alexandre de Moraes considerou ilícitas e gravíssimas as condutas dos envolvidos e apontou que eles tinham o objetivo de impedir o exercício dos poderes constitucionais por meio de violência e grave ameaça.
PGR
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta segunda-feira (23) ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais 54 investigados de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro. Eles estão presos no sistema penitenciário do Distrito Federal.
É a terceira leva de denúncias feitas pelo órgão. O total de denunciados chegou a 98 pessoas. Nas denúncias, a procuradoria acusa os investigados dos crimes de incitação das Forças Armadas contra os poderes constitucionais e de associação criminosa.