Tribuna Ribeirão
Economia

Desemprego recua para 8,1% no país

© Agência Brasília

A taxa de desocupação ficou em 8,1% no trimestre termina­do em novembro. O percentual representa recuo de 0,9 ponto percentual (p.p.) na comparação com os três meses anteriores, quando atingiu 8,9%. É, ainda, o menor resultado desde o trimes­tre de fevereiro a abril de 2015. Com a queda para 8,7 milhões, o número de desempregados alcançou o menor contingente desde o trimestre encerrado em junho de 2015.

Ao todo, são 953 mil pessoas a menos em busca de emprego no país, ou recuo de 9,8%. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Do­micílios (PNAD) Contínua, di­vulgada nesta quinta-feira, 19 de janeiro, pelo Instituto Brasi­leiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme a pesquisa, há seis trimestres móveis con­secutivos, que a taxa de deso­cupação vem caindo de forma significativa.

Para a coordenadora de Pes­quisas por Amostra de Domicí­lios do IBGE, Adriana Beringuy, o motivo da retração no trimes­tre encerrado em novembro é o aumento de 0,7% na ocupação no período, que mais uma vez chegou ao maior nível da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. O percentual equivale a um acréscimo de 680 mil pes­soas no mercado de trabalho.

“Houve essa expansão da população ocupada, primeira­mente dos trabalhadores infor­mais e, depois, do emprego com carteira assinada nos mais di­versos grupamentos de ativida­des, como comércio e indústria. Mais recentemente, também houve aumento nos serviços, que exercem um papel impor­tante na recuperação da popula­ção ocupada no país”.

Com carteira
Com a ampliação do seu contingente em 2,3% ou 817 mil pessoas a mais, a categoria de empregados com carteira assi­nada no setor privado provocou o principal impacto para o au­mento da ocupação no trimestre de agosto a novembro.

Adriana Beringuy infor­ma que desde o segundo se­mestre de 2021, se verifica o crescimento dessa categoria. A pesquisa indica que, no ano, o contingente de trabalhadores com carteira no setor privado cresceu 7,5%, o que significa mais 2,6 milhões de pessoas.

Sem carteira
O número de empregados sem carteira no setor privado ficou estável em relação ao tri­mestre anterior. No trimestre até novembro, o contingente era equivalente a 13,3 milhões de pessoas. No entanto, na comparação com o mesmo tri­mestre do ano anterior, houve avanço de 9,3% ou 1,1 milhão de pessoas.

Também no mercado de trabalho informal, os emprega­dores sem Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) per­maneceram estáveis frente ao trimestre anterior e ao mesmo período de 2021. O número de trabalhadores por conta própria sem CNPJ teve movimento di­ferente e recuou 2,9% frente ao trimestre anterior e foram me­nos 563 mil pessoas e 4,1% em relação ao trimestre terminado em novembro de 2021 ou me­nos 796 mil.

Informalidade
De acordo com o IBGE, esses resultados provocaram impacto de 0,8 p.p. da taxa de informalidade, que chegou a 38,9%, sendo a menor desde o trimestre terminado em no­vembro de 2020 ou 38,7%. A proporção corresponde a um contingente de 38,8 milhões de trabalhadores informais.

Na soma de trabalhadores formais e informais, a catego­ria ficou estável na comparação com os três meses anteriores, mas apresentou crescimento de 12% em relação ao mesmo perí­odo de 2021. O número sofreu impactos, principalmente, do crescimento de 12,5% no núme­ro de empregadores com CNPJ, o que equivale a 389 mil pessoas.

A pesquisa mostrou tam­bém que a partir do aumento do número de trabalhadores, o nível da ocupação, o percentual de ocupados na população em idade de trabalhar, foi estimado em 57,4%. Isso representa uma variação de 0,3 p.p. se compara­do ao trimestre anterior, quando ficou em 57,1%.

Rendimento
A Pnad Contínua estimou o rendimento médio real em R$ 2.787, o que representa um aumento de 3% em relação ao trimestre encerrado em agosto. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, o cres­cimento ficou em 7,1%.

Houve avanço também na massa de rendimento nas duas comparações e chegou a R$ 273 bilhões, atingindo mais uma vez um recorde na série histórica da pesquisa. Em relação ao trimes­tre anterior, a elevação ficou em 3,8%, ou mais R$ 10,1 bilhões. Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, houve au­mento de 13%, um acréscimo de R$ 31,4 bilhões.

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