Catorze pessoas, entre elas o ministro do Interior da Ucrânia e outros altos funcionários do ministério, morreram nesta quarta-feira, 18 de janeiro, quando um helicóptero caiu nos arredores de Kiev, na cidade de Brovari, diz o chefe da polícia nacional. A aeronave caiu perto de uma creche na cidade de Brovari, na periferia leste da capital.
Duas crianças estavam entre os mortos e 15 estavam no hospital, disseram as autoridades ucranianas. Ao menos outras 14 pessoas ficaram feridas. Entre as vítimas estão o ministro do Interior, Denis Monastirski, de 42 anos, seu vice-ministro Yevhen Yenin e o secretário de Estado do Ministério de Assuntos Internos, Yurii Lubkovich.
Um vídeo publicado no perfil do Twitter do assessor do ministro de Assuntos Internos da Ucrânia, Anton Gerashchenko, mostra o local do acidente. É possível ver as chamas e muita fumaça na região da queda. A causa da queda do helicóptero ainda não foi esclarecida. Não se sabe se foi acidente ou um ataque russo.
Não houve nenhum comentário imediato da Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro passado. O ministro Denis Monastirski, responsável pela polícia e segurança dentro da Ucrânia, é o oficial ucraniano mais graduado a morrer desde o início da guerra. O chefe da polícia nacional, Ihor Klymenko, disse que Monastyrski foi morto junto com seu vice e outros altos funcionários do ministério.
“Havia crianças e funcionários na creche no momento desta tragédia. Todos já foram evacuados. Há vítimas”, escreveu o governador da região de Kiev, Oleksiy Kuleba, no Telegram.
No cargo desde 2021, por indicação do presidente Volodymyr Zelensky, Monastirski passou boa parte de seu mandato lidando com os assuntos internos de um país em guerra, tomando parte direta em negociações de troca de prisioneiros e denunciando supostos crimes de guerra cometidos por Moscou.
Monastirski era apenas um parlamentar do governista Servo do Povo, partido de Zelensky, quando foi indicado para substituir o ministro do Interior mais longevo da história do país, Arsen Avakov, que ocupou o gabinete entre 2014 e 2021. No parlamento, Monastirski foi presidente do Comitê de Aplicação da Lei, e participou do Conselho Nacional de Políticas Anticorrupção.
Quando aceitou o convite de Zelensky para dirigir o ministério, em julho de 2021, o então parlamentar disse estar tomando “a decisão mais difícil” de sua vida. Entre outras atribuições, o ministro estava responsável pelo comando da polícia ucraniana e de outros serviços de emergência do país. Ele também desempenhou papéis importantes durante a guerra.
Negociava trocas de prisioneiros com o lado russo e denunciando supostos crimes de guerra cometidos em territórios ocupados. Em novembro do ano passado, quando as tropas ucranianas recuperaram Kherson em meio à contraofensiva iniciada em setembro, Monastirski foi a figura do governo que denunciou perante à imprensa e à comunidade internacional que os russos teriam se utilizado de centros de tortura na província do sul da Ucrânia.
“Onze locais de detenção foram encontrados, quatro deles com sinais de ser câmaras de torturas”, afirmou o ministro ucraniano na época, denunciando a descoberta de 63 corpos na região. Ele também atuou na troca de prisioneiros ucranianos que participaram da batalha na usina siderúrgica de Azovstal com a Rússia, em maio do ano passado.