As vendas do comércio de Ribeirão Preto cresceram 5,01% no acumulado do ano passado, na comparação com 2021, quando a alta foi de apenas 0,14% em relação ao período anterior, aponta pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisas do Varejo (CPV).
O CPV é mantido pelo Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão e Região (Sincovarp) – atende 43 cidades – e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL RP). Considerando apenas os índices apurados com relação ao mês anterior, e não com o mesmo período do ano passado, a média de crescimento das vendas dos últimos dozes meses salta para 22,58%.
Em 2021, a alta foi de 6,29% na comparação com 2020. O resultado do ano passado é considerado bastante expressivo. No ano passado, na comparação mês a mês com 2021, o comércio ribeirão-pretano registrou alta nas vendas em dez dos doze meses, segundo o CPV.
As únicas quedas ocorreram em janeiro e julho, de 0,55% e 0,63% – percentual revisado, pois a informação anterior era de 2,5% de crescimento –, respectivamente. Subiu 1,56% em dezembro, 8,75% em novembro, 5,31% em outubro, 7,19% em setembro, 3,75% em agosto, 1,14% em junho, 16% em maio, 0,6% em abril, 14,5% em março e 2,5% em fevereiro.
Os segmentos que mais se destacaram foram os de Vestuário, Calçados, Óticas/Joalherias/ Similares e Artigos para festas e Doces. Segundo Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV, “as duas metodologias de apuração confirmam que, em 2022, o comércio varejista de Ribeirão Preto teve uma forte continuidade do processo de recuperação que vinha desde o segundo semestre de 2021”.
De acordo com o pesquisador e coordenador do CPV, os resultados foram melhorando –, e as vendas evoluindo – conforme “as medidas mais restritivas impostas pela pandemia de coronavírus foram sendo suspensas e conforme a vacinação avançou”, analisa.
Empregos
No acumulado de 2022, a média de variação entre vagas de emprego abertas e fechadas, no comércio da cidade, ficou positiva em 3,38%, puxada pelo período de contratação de temporários no final do ano, entre outubro e dezembro.
Considerando o acumulado dos últimos doze meses, numa escala que vai de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, a média do Índice de Confiança do Varejo Sincovarp/CDL, de curto prazo (para os próximos três meses), fechou 2022 com 3,4 pontos, considerada positiva.
Já a média de longo prazo (para os próximos doze meses), sempre com base nos mesmos critérios, fechou o ano em 3,6 pontos, também avaliada como positiva. “A oscilação do nível de confiança dos lojistas acompanhou o ‘sobe e desce’ do cenário político-econômico ao longo do ano, com uma queda acentuada em outubro, novembro e dezembro”, diz Galli Alberto.
“Muito por conta das eleições. Antes mesmo de tomar posse o novo governo sinalizou para aumentos de impostos, rompimento do teto de gastos, pouca responsabilidade fiscal e inchaço da ‘máquina do governo’ com a criação de vários ministérios, entre outros indicativos que repercutiram negativamente na economia”, afirma o pesquisador.
Ainda segundo Diego Galli Alberto, para 2023 o cenário ainda é incerto. “A tensão política continua crescendo e o medo é de que a ‘corda arrebente’ de vez, gerando consequências desastrosas para a economia já no curto prazo. Apesar da severa crise provocada pela pandemia, o Brasil conseguiu se manter estável, na contramão de vários países mais ricos e desenvolvidos”, diz.
“Vínhamos em um ritmo bom de recuperação e isso precisa continuar. Não há espaço para retrocessos econômicos, ainda mais por causa de rivalidades político-partidárias e ideológicas. A população, as empresas e as instituições que produzem e geram empregos, não podem pagar essa conta. Até o cenário ficar mais claro, a tendência é haver uma desaceleração econômica que é ruim para todo mundo”, finaliza.