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Chefe da Cosa Nostra é preso após 30 anos

Matteo Messina Denaro, chefe da máfia italiana que estava foragido havia 30 anos, foi preso na Sicília, região autônoma da Itália. A prisão aconteceu nes­ta segunda-feira, 16 de janeiro, por volta das 9h30 da manhã no horário local. O mafioso foi preso em uma clínica particular chamada Maddalena, em Paler­mo, na capital da Sicília. Messina Denaro é investigado como um dos chefes da máfia Cosa Nostra.

Ele foi condenado à revelia a prisão perpétua por seu papel nos assassinatos em 1992 dos promotores antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino. Ele também enfrenta uma sentença de prisão perpétua por seu papel nos ataques a bomba em Floren­ça, Roma e Milão, que mataram dez pessoas no ano seguinte.

De acordo com a divisão de operações especiais que defla­garam a operação contra Mes­sina Denaro, o mafioso estava na clínica para “fazer terapia”. Messina Denaro era considera­do foragido desde 1993, quan­do Totò Riina, conhecido como o verdadeiro e poderoso chefão da Cosa Nostra, foi preso.

“Hoje, 16 de janeiro, os carabinieri (polícia da Itália) prenderam o fugitivo Matteo Messina Denaro dentro de uma estrutura sanitária em Pa­lermo, onde ele havia ido para tratamento terapêutico”, disse Pasquale Angelosanto, general da polícia nacional dos carabi­nieri, segundo a AGI News.

Um vídeo divulgado por um jornalista do jornal La Reppubli­ca mostra o momento em que a população de Palermo aplaude a chegada da polícia para a pri­são de Matteo Messina. Denaro, apelidado de “Diabolik”, já foi considerado candidato a chefe dos chefes da máfia siciliana, após as mortes de Bernardo Provenzano, em 2016, e Salva­tore Riina, em 2017.

O homem de 60 anos é co­nhecido pela violência e por afirmações infames. Certa vez disse com orgulho: “eu enchi um cemitério, sozinho”. Segundo a polícia da Itália, ele manteve seu estilo de vida luxuoso por algum tempo depois de fugir, graças à ajuda de vários banqueiros.

Em agosto de 2021, a emis­sora de TV pública italiana RAI divulgou uma gravação datada de março de 1993 na qual a voz de Denaro foi identificada pela primeira vez durante um julga­mento em que ele foi chamado para depor. Depois de algumas semanas, o chefe fugiu e não foi encontrado desde então.

Ele foi condenado e senten­ciado à revelia em 2002 à prisão perpétua por ter matado pesso­almente ou ordenado o assas­sinato de dezenas de pessoas. A Cosa Nostra é o grupo mais identificado com o termo “má­fia”, que vem do siciliano “mafiu­su” (“arrogante”), especialmente por causa da espiral de violência que marcou a segunda metade do século 20 na Sicília e suas re­presentações no cinema.

A Cosa Nostra – nome po­pularizado com suas ramifica­ções nos Estados Unidos – é dividida em clãs e marcada por lideranças fortes, como Salvatore “Totò” Riina (1930-2017), o “po­deroso chefão” que protagonizou a “Segunda Guerra da Máfia”, nos anos 1980, quando assu­miu o comando da organização.

Em seu período na chefia da Cosa Nostra, Riina instaurou um período de terror na Sicília e ordenou os atentados que mata­ram os juízes Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, em 1992. Preso em 1993, ele foi considerado por muitos como o verdadeiro líder da máfia siciliana até sua morte.

Seu sucessor fora das cadeias, Bernardo Provenzano (1933- 2016), iniciou um processo de “pacificação” entre as facções da Cosa Nostra e fez o possível para reduzir a atenção midiática que pairava sobre o grupo. Em de­zembro passado, a Polícia da Itália prendeu aquele que seria o novo líder da máfia, Settimino Mineo.

A prisão ocorreu no âmbito de um inquérito que descobriu que criminosos haviam reconsti­tuído a “cúpula” da Cosa Nostra, inativa desde o início dos anos 1990, por causa da prisão de Rii­na. O retorno desse colegiado é um indício de que os clãs decidi­ram recuperar a estrutura unitá­ria que havia na Cosa Nostra.

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