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Você conhece o Chile e sua literatura? (2)

Em 2010, Sebastián Piñera se tornou o primeiro político de centro-direita a ser eleito presidente do país em um interstício de 52 anos. Seu mandato caracterizou-se pela recu­peração econômica após a crise financeira de 2008 e pela reconstrução das áreas afetadas pelo terremoto de 2010 na área central do país. No entanto, enfrentou movimentos sociais significativos, especialmente de mobilizações de estudantes dos ensinos médio e superior e protestos regionais em Magalhães e Aysén, além das denúncias de manipulação de dados, principalmente no campo da caracterização da pobreza, da inflação e no censo de 2012, somados a casos de suposta corrupção de alguns de seus apoiadores após o fim de seu governo. Michelle Bachelet foi eleita para um segundo mandato presidencial em 2013. Seu governo caracterizou-se pelo impulso de uma série de reformas, muitas voltadas para as demandas dos movimentos sociais surgidas nos anos anteriores. Entre as mais proemi­nentes estão as mudanças no sistema tributário, a descriminalização parcial do aborto, as reformas no sistema educacional e eleitoral e a implementação gradual da gratuidade em todo o sistema escolar, incluindo o ensino su­perior. Durante o segundo governo de Bachelet também ocorreu a aprovação do Acordo de União Civil em 2015, concedendo reconhecimento expresso aos casais do mesmo sexo na legislação chilena e a criação de novas áreas de proteção marinha, passando de 4,3% para 42,4% de salvaguarda na área oceânica nacional. Caracterizou-se, ainda, pela implementação do programa “Chile Reconoce”, com viés humanitário, no qual a nacio­nalidade chilena foi estendida aos filhos de estrangeiros residentes no país, ainda que de forma irregular. Isto foi motivado pelo fato de que o país recebeu, nos últimos anos, uma onda migratória significativa, especialmente de venezuelanos e haitianos, sendo que o número de imigrantes ao Chile passou de 410.988 (2014) para 1.119.267 em 2017. A partir de 2019, o Chile tem sido marcado por manifestações massivas de cidadãos, ganhando corpo mediante protestos, agitações e reivindicações civis.

A sociedade chilena é multiétnica e a maior parte da população detém alguma ascendência europeia, principalmente espanhola (castelhana, andaluz e basco) e também alemã, italiana, irlandesa, francesa e britânica. Um pequeno, mas influente grupo de imi­grantes anglosaxões, entre os quais galeses, irlandeses e ingleses, chegou ao Chile durante o período colonial. Além disso, há um número significativo de descendentes de povos do Oriente Médio, especialmente palestinos. Cerca de 800 mil ameríndios, principalmente mapuches, residem na região centro-sul. Os aimarás, atacamenhos e diaguitas podem ser encontrados principalmente no norte do Chile, em vales e oásis no deserto. A Ilha de Páscoa é a casa dos Rapa Nui, uma população indígena. A Constituição prevê a liberdade de religião, e outras leis contribuem para a prática livre da religião em geral. A lei protege a todos os níveis desse direito, de forma plena contra o abuso de agentes governamentais ou privados. Falado por 99,3% dos chilenos, o espanhol é a língua oficial. A grande maioria da população usa a variante conhecida como espanhol chileno, ou dialeto chileno, e alguns, o espanhol andino e o espanhol chilote. A língua de sinais chilena é usada pela comunidade surda do país. As línguas nativas raramente são usadas.

O turismo no Chile tem experimentado um crescimento sustentado ao longo das últimas décadas. Em 2005, o turismo cresceu 13,6%, gerando mais de 4,5 bilhões de dólares, dos quais 1,5 bilhões são atribuídos aos turistas estrangeiros. De acordo com o Serviço Nacional de Turismo (Sernatur), 2 milhões de pessoas por ano visitam o país. A maioria destes visitantes vêm de outros países no continente americano, principalmente Argentina, seguido por um número cada vez maior de visitantes dos Estados Unidos, Europa e Brasil e um número crescente de asiáticos. As principais atrações para os turistas são lugares de belezas naturais situadas nas zonas extremas do país: San Pedro de Atacama, no norte, é muito popular com turistas estrangeiros que chegam para admirar a arquitetura inca, os lagos do altiplano e o Vale da Lua. Em Putre, também no Norte, há o Lago Chungará, bem como os vulcões Parinacota e Pomerape, com altitudes de 6.348 e 6.282 metros, respectivamente. Ao longo dos Andes centrais, há muitas estâncias de esqui de renome internacional, como Valle Nevado e Portillo. No sul, os principais pontos turísticos são o Arquipélago de Chiloé e a Patagônia chilena, que inclui o Parque Nacional Laguna San Rafael, com suas muitas geleiras, e o Parque Nacional Torres del Paine. A cidade portuá­ria de Valparaíso, com sua arquitetura original, também é popular. Finalmente, a Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico, é um dos principais destinos turísticos do Chile.

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