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O Brasil precisa de um novo contrato social!

Os governantes brasileiros nos três níveis nunca tiveram a preocupação com a miserabilidade que vivia a grande massa trabalhadora, a preocupação destes governantes sempre foi com a proteção do grande capital, e para controlar qualquer tentativa de insubordinação, era preciso manter os pobres sob rédia curta, pois a segregação social tinha que ser mantida no seu nível máxi­mo, de acordo com os interesses da classe dominante, tudo era pensado meticulosamente para que a segregação social não se modificasse, e para manter os pobres sob rédia curta a religião e os castigos divinos tinham papel fundamental.

O Evangélio de Paulo de Tarso mostra a submissão da popula­ção pobre aos poderes – Paulo em Romanos 13. 1: afirma “Todos devem sujeitar-se às autoridades do governo, pois não há autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram ordenadas por ele”, e a população pobre através da fé ou por medo acreditava nestas orientações. A verdade estava com as autoridades, e com os donos do capital financeiro. A verdade estava com eles, o fio do bigode valia mais do que papel assinado, mas esta máxima só valia de cima para baixo, quando a palavra empenhada era dirigida à base da pirâ­mide, que seguindo aos ensinamentos de Paulo tinha que confiar, e se conformar com a sua pobreza, pois ganhariam o Reino dos Céus.

E neste terreno apropriado para os desmandos é que a ex­trema direita mundial, principalmente a extrema direita estadu­nidense escolheu o Brasil como laboratório para fazer experi­mentos de uma nova ordem mundial alicerçada na supremacia branca e no fundamentalismo religioso, onde a Idade Média é o parâmetro a ser seguido. A escolha do Brasil foi bem estudada, pois precisavam de um país de dimensões continentais e que tivesse uma elite política facilmente corrompível, que para enri­quecer sem esforço entrega até a mãe para o opressor.

E essa elite que entrega até a mãe para se dar bem na vida, não vai ter nenhum apreço por seus semelhantes, (e tem a certe­za que não precisam ter) principalmente nenhum respeito pela população preta e pobre, que na visão atrofiada dessa gente são inferiores. Essa elite, que não faz jus ao nome, que enriqueceu e se tornou poderosa lambendo as botas do país poderoso da vez, não permitiu que o sentimento nacionalista de Pátria e Nação se concretizasse entre os brasileiros.

O tempo passou, e a influência Católica começou a perder espa­ço com o surgimento do movimento Pentecostal nos Estados Uni­dos em 1910, e neste mesmo ano foi fundada no Brasil a primeira igreja pentecostal, e este movimento fundamentalista se enraizou e prosperou criando uma identidade brasileira, que calçada em milagres e vida próspera aqui na Terra penetrou nas camadas pobres como uma pandemia. Mas só cuidar da vida espiritual, e dos milagres divinos, não era suficiente – queriam mais.

A Igreja Católica não permitia que seus sacerdotes participassem diretamente da política, a participação era indireta exercida pela cúpula coopitando os políticos para que defendessem suas teses. Já as pentecostais a partir das eleições de 1986, resolveram participar diretamente dos cargos eletivos, e para justificar aos fiéis esse novo caminho argumentaram que era preciso colocar os homens de Deus na política, para acabar com os desmandos e a corrupção, no entan­to o vírus do poder terreno contaminou estes homens ungidos, que se tornaram milionários às custas da boa fé da população pobre.

E este amálgama entre a religião e a política produziu uma população radical, que não enxerga nada fora da pregação do seu líder, e o que estamos vendo acontecer atualmente é o resul­tado de mais de um século de pregação do bem contra o mal, onde a figura do demônio está no adversário, que passa a ser um inimigo… Continua…

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