Tribuna Ribeirão
Economia

Piso de R$ 1.320 deve ficar para maio

O governo pode esperar até o feriado de Primeiro de Maio, Dia do Trabalhador, para anunciar o reajuste do sa­lário mínimo para R$ 1.320. O adiamento da medida está em discussão e é defendida pela área econômica. O assunto já foi levado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ainda não bateu o martelo.

INSS
A postergação do anúncio daria tempo para o governo mo­nitorar a evolução do comporta­mento da folha do Instituto Na­cional do Seguro Social (INSS), que teve a base de beneficiários elevada rapidamente na reta fi­nal da campanha eleitoral pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).

Técnicos do governo dizem que reajustar agora seria muito difícil, porque não há todo o orçamento necessário. Os nú­meros, porém, foram revistos em função do crescimento da estimativa de gastos atrelados ao salário mínimo, como be­nefícios previdenciários.

Adicional
O custo adicional inicial­mente estimado pelos técnicos do governo é de R$ 7,7 bilhões, além do que foi previsto no Orçamento de 2023. A Pro­posta de Emenda à Constitui­ção (PEC) da Transição, apro­vada no final do ano passado, já constava com um adicional de R$ 6,8 bilhões para garantir o aumento real (acima da in­flação) do salário mínimo.

Como esse gasto extra não está previsto no Orçamento, se o governo anunciasse o reajuste em janeiro, teria que se compro­meter com uma ampliação da dotação orçamentária, segundo técnicos envolvidos na discus­são. Na prática, essa situação po­deria levar o governo a fazer um contingenciamento de despesas.

O presidente Lula prome­teu que aumentaria o valor do benefício, mas ainda não editou uma medida provisó­ria (MP) formalizando o novo patamar do piso e nem san­cionou o Orçamento de 2023. Até lá, fica valendo o valor do salário mínimo de R$ 1.302, segundo MP editada pelo ex­-presidente Jair Bolsonaro em dezembro do ano passado.

Antes mesmo de assumir o ministério da Fazenda, Fer­nando Haddad vinha alertan­do para o afrouxamento dos filtros do INSS na concessão dos benefícios previdenciários. “No INSS, foram retirados os filtros para acabar artificial­mente com a fila. Essa é a real. É isso que vamos ter que resol­ver ano que vem e vamos tra­balhar para resolver”, disse em dezembro de 2022.

O Congresso chegou a apro­var o Orçamento deste ano com a previsão de recursos para o pagamento do salário míni­mo em R$ 1.320, segundo o relator-geral, senador Marcelo Castro (MDB-PI). Para cada R$ 1 de aumento no piso, são mais R$ 388 milhões de im­pacto nas contas do governo. É que boa parte das despesas, principalmente da Previdência Social, é vinculada ao valor do salário mínimo.

Em dezembro, o salário mínimo ideal necessário para suprir as despesas de um traba­lhador e da família dele deveria ser de R$ 6.647,63, ou 5,48 vezes o piso nacional de R$ 1.212. Os dados têm por base o preço da cesta básica de São Paulo (SP), de R$ 791,29, a mais cara obser­vada pela pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeco­nômicos (Dieese).

O valor estimado pelo Die­ese bancaria as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Em dezembro de 2021, o salário mínimo necessário seria de R$ 5.800,98, ou 5,27 vezes o valor vigente na época (R$ 1.100).

O Dieese calcula que, em dezembro, seriam necessárias 122 horas e 32 minutos para que um trabalhador que re­cebe o mínimo legal pudesse comprar o conjunto de itens da cesta básica e outros produtos e serviços. No mesmo mês de 2021, a jornada necessária era de 119 horas e 53 minutos.

Quando se compara o cus­to da cesta com o salário míni­mo líquido, ou seja, após o des­conto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em dezembro, 60,22% do piso para comprar os alimentos bá­sicos para uma pessoa adulta. No mesmo período de 2021 ficou em 58,91%.

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