Tribuna Ribeirão
Política

Ameaças deixam governo em alerta

MARCELO CAMARGO/AG.BR.

O interventor federal na segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, disse nesta quarta-feira, 11 de janeiro, que “não há hipótese de se repetir na capital federal os fatos ina­ceitáveis que aconteceram no último dia 8”, quando golpistas invadiram e depredaram as se­des dos Três Poderes.

Em entrevista convocada após a detecção de novas amea­ças de golpe em mensagens que anunciam uma “Mega Manifes­tação Nacional pela Retomada do Poder”, Cappelli afirmou que, após a identificação das ameaças, uma reunião dos co­mandos da segurança pública no DF foi convocada para pre­parar o planejamento.

“Queremos tranquilizar a população”, disse o interventor. “Nunca mais a capital federal verá o que aconteceu. Temos total apoio do efetivo, das cor­porações, dos homens de segu­rança do DF, que têm compro­misso com a República e estado democrático de direito”.

Ele ainda disse que os ser­vidores que trabalham na Es­planada dos Ministérios, que foi fechada, podem continuar trabalhando tranquilamente. De acordo com o interven­tor, as manifestações previstas para ocorrer perto do Palácio do Buriti, sede do governo distrital, e na Esplanada. Ha­verá um bloqueio nas regiões e, no início da Esplanada, terá operação de revista.

“Aos que pretendem repetir, o que tenho a dizer é simples: a lei será cumprida”, enfatizou. “O direito à livre manifestação não se confunde com terrorismo, com atentado às instituições democráticas, não se confunde com ataque ao patrimônio pú­blico, ataque à democracia”.

Após o Supremo Tribunal Federal (STF) ser acionado para impedir novos atos gol­pistas, o ministro Alexandre de Moraes determinou que autori­dades de todos os níveis federa­tivos tomem providências para conter tentativas de bloqueio de rodovias e ocupação de prédios públicos e executem a prisão em flagrante dos envolvidos.

A Polícia Militar do Distri­to Federal fechou a Esplanada dos Ministérios para o trânsito de veículos. No último domin­go (8), golpistas invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF e vandali­zaram o interior desses prédios. Moraes fixou multa de R$ 20 mil para pessoas físicas e de R$ 100 mil para pessoas jurídicas.

Vale para quem descum­prir a proibição “por meio da participação direta nos atos an­tidemocráticos, pela incitação (inclusive em meios eletrôni­cos) ou pela prestação de apoio material (logístico e financeiro) à prática desses atos”. Mora­es ainda determinou que as autoridades locais deverão executar a prisão em flagran­te daqueles que “ocupem ou obstruam vias urbanas e ro­dovias, inclusive adjacências”.

Quem invadir prédios pú­blicos receberá o mesmo trata­mento. Ainda de acordo com a decisão do ministro, as autori­dades deverão identificar todos os veículos utilizados nos atos. Em caso de desobediência, es­tarão sujeitos à pena de respon­sabilidade pessoal.

Ibaneis e Torres
O Supremo Tribunal Fe­deral formou maioria, nesta quarta-feira, para referendar determinações do ministro Alexandre de Moraes relacio­nadas aos atos golpistas do último domingo, inclusive o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), por 90 dias, e a prisão preventiva do ex-secretário de Segurança Pública do DF, An­derson Torres.

Na mesma decisão, Moraes determinou a desmobilização dos acampamentos em frente aos quartéis-generais do Exér­cito e unidades militares no país em 24 horas, a desocupação de vias e prédios públicos e a pri­são em flagrante dos envolvidos na invasão e depredação das se­des dos Três Poderes.

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