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Os fogos de artifício

A passagem do ano preserva tradição de longa data, a queima dos fogos de artifício, que colore nossas praias e nossas cidades, com suas cores brilhantes e oníricas. Neste ano passado, retornaram os fogos de Copacabana, depois de dois anos ausentes em decorrência da pandemia e encheram a orla carioca com milhares de pessoas e cores. Florianó­polis, com seu tom branco, proporcionou um espetáculo lindíssimo, que se somou a vários outros, de outras cidades do Brasil e do Mundo.

Houve uma diminuição no barulho que eles provocam, atendendo aos apelos de preservar os autistas e os animais, ini­ciando-se assim um período novo das festividades, que sempre tiveram nos grandes estouros um dos seus pontos altos.

Os fogos de artifício nada mais são do que explosões controladas de pólvora. Esta foi inventada na China, no sé­culo IX d.C., quando um alquimista, procurando a poção da juventude, juntou, talvez involuntariamente, salitre, enxofre e carvão, que produziram um composto de combustão fácil.

A China estava no auge de seu desenvolvimento, era a maior potência da Terra, à pólvora havia acrescentado a invenção do papel e da bússola e sua esquadra era a maior do planeta. Somente com a Era das Navegações, no final da Idade Média é que os europeus começaram a se ombrear com os chineses.

Os fogos de artifício teriam sido inventados na China, dois séculos antes da Era Cristã e muito antes da invenção da pólvora, quando se lançavam gomos de bambu ao fogo, que explodiam pelo calor, fazendo barulho. Os chineses acreditavam que, com isto, afastavam os maus espíritos. Talvez, nossas comemorações atuais sejam continuação da prática dos chineses, na tentativa de espantá-los, logo no começo do ano.

A invenção da pólvora permitiu o seu uso no oco dos bambus, que, colocados no fogo, produziam barulhenta detonação. O próximo passo foi a criação de tubos de papel, que, cheios de pólvora eram colocados nas setas dos arquei­ros e usados como arma arremessada ao inimigo.

Da China, a invenção foi levada à Europa, talvez por Marco Polo e os fogos introduzidos nas comemorações reais.

Somente no século XIII surgiram os primeiros fogos co­loridos, inicialmente alaranjados. Os italianos descobriram que acrescendo alguns elementos junto à pólvora poderiam fazer fogos coloridos.

Hoje, a indústria pirotécnica é bastante desenvolvida e o Brasil é considerado seu segundo produtor, perdendo somente para a China.

Sem grandes pretensões químicas (fui mediano estu­dante da matéria na escola), sabemos que os seguintes são alguns dos elementos usados para produzir as cores: estrôncio ou carbonato de lítio, rubro; sódio, amarelo; pó de titânio, alumínio ou magnésio, a chuva de prata; ferro, dourado, cor de ouro.

Os fogos de artifício estão inseridos na cultura ocidental e usados bastante no nosso país. Teriam sido trazidos por D. João VI, no século XIX, quando transferiu a corte portugue­sa para o Rio de Janeiro.

Com eles manifestamos nossa alegria, nosso júbilo e nos encantamos com suas formas e cores.

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