Se ainda havia dúvidas, o vandalismo praticado por terroristas no Palácio do Planalto, no Senado Federal, na Câmara dos Deputados e no Supremo Tribunal Federal, no último domingo (8), confirmou de forma cabal o perigo estimulado pelas narrativas absurdas, desprovidas de sentido, das quais o antigo governo é ainda o maior expoente.
Atônitos, milhões de pessoas em diversos países do mundo puderam acompanhar em tempo real os danos que vândalos da democracia, fantasiados com a camisa da seleção brasileira, foram capazes de causar. As imagens inacreditáveis do ataque terrorista às sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário brasileiro mostram móveis e janelas danificados, obras de arte depredadas, gabinetes revirados, documentos destruídos e espalhados pelo chão.
O ódio que durante anos lideranças populistas promoveram contra instituições democráticas, o que chamam de “sistema”, tem se traduzido em arruaça, quebradeira, baderna, violência generalizada, destruição de famílias, brigas entre pessoas e mortes. Os novos presidiários de Brasília não passam de maus perdedores e, a partir de agora, de golpistas malsucedidos. A liberdade de gente assim, disposta a atacar prédios públicos e a confrontar servidores, representa um enorme perigo, e por isso é correto que continuem detidos e respondam pelos atos que praticaram.
Controlada a invasão de Brasília ocorrida na tarde do último domingo – um desastrado ato de terrorismo doméstico que poderia ter culminado na morte de centenas de pessoas – o país já retoma a sua normalidade, e a juvenil democracia brasileira resistiu à infame tentativa de sublevação insuflada por membros do antigo governo da qual fizeram parte políticos e empresários que devem responder por seus atos. Essas pessoas que patrocinaram os delinquentes que promoveram o terror nos gabinetes vazios de Brasília devem ser penalizadas na forma da lei e arcarem com todos os danos causados ao patrimônio público, a maioria tombado.
Era uma tragédia anunciada! O antigo governo brasileiro passou os últimos anos negando a pandemia e, assim como Trump fez nos Estados Unidos, procurando justificativas para contestar o resultado eleitoral, mesmo antes da votação acontecer. O antigo governante e seus aliados mais reacionários criaram condições para o surgimento de um ambiente eleitoral muito instável e, com a derrota, brotaram terroristas golpistas descompassados.
É preciso punir os responsáveis pelos atentados fascistas e pela tentativa de golpe contra a democracia brasileira. Só assim, sem anistia, com a lei sendo cumprida, haverá a possibilidade de pacificar nosso país, que hoje vive em estado de alerta, principalmente depois das ameaças de atentado em Brasília na véspera do Natal. Se não houver a imediata e séria punição dos responsáveis diretos e indiretos, dos vândalos e financiadores, teremos ainda muitos reflexos desse ódio e polarização que derramaram sobre o Brasil.