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Política

Posse de Tarcísio: ‘Entendemos os recados das urnas, vamos governar para todos’

Tarcísio fala em pacificação e manda recado a Lula em segundo discurso do dia (Foto - Alesp)

Encerrando 28 anos de gestão tucana no Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e seu vice, Felício Ramuth (PSD), tomaram posse do governo do Estado de São Paulo nesta manhã, em solenidade na Assembleia Legislativa (Alesp). No seu primeiro discurso como governador, Tarcísio destacou, em sua longa lista de agradecimentos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e sua ousadia ao apoiá-lo.

“Na política, inicio meus agradecimentos, como não poderia deixar de ser, ao presidente Jair Bolsonaro, que me lançou esse desafio. Que enxergou o que ninguém havia enxergado naquele momento, quanta ousadia”, afirmou.

No entanto, diferentemente de Bolsonaro, que passou boa parte do seu último ano de mandato criticando, sem provas, as urnas eletrônicas, Tarcísio disse que “entendeu o recado” dado pelo sistema. “Vamos governar para todos”, afirmou.

O governador empossado afirmou que tenta repetir o padrão de seu padrinho ao apostar em perfis técnicos desvinculados das pressões partidárias. “A indicação irresponsável de dirigentes é a raiz da ineficiência, da corrupção, do fisiologismo e porque não dizer, desmoralizam a própria democracia, como já foi dito nesta casa pelo então governador José Serra”, afirmou.

O discurso do novo governador também contou com uma citação a Mário Covas, outro ex-governador tucano do Estado. “Penso que às vezes mais vale eliminar uma fila do que construir um viaduto”.

Na lista de agradecimentos, também constou o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que segundo o ex-ministro, foi responsável por “inúmeras portas abertas durante a campanha”.

Nos compromissos de governo, o ex-ministro se comprometeu com a aposta na inovação e tecnologia para avançar a economia do Estado, trabalhar na construção de consensos e na transparência. Tarcísio continuou dizendo que o governo não hesitaria em “dar passos para trás” quando necessário, apesar de estar comprometido com o acerto.

O governador ainda apontou o problema da fome e da habitação no Estado, citando também a cracolândia. “Não podemos ficar inertes ao sofrimento cotidiano dos dependentes químicos”, disse. Tarcísio também falou em um desbalanceamento entre peso econômico e político do Estado, afirmando que São Paulo “precisa ter mais voz”.

O novo governador chega ao governo como um representante da direita e herdeiro de Bolsonaro. Entre os principais desafios do ex-ministro, estará o de consolidar seu próprio grupo político.

Homenagem

No início da cerimônia, foi feito um minuto de silêncio em homenagem à morte de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, que faleceu na última quinta-feira (29).

Tarcísio fala em pacificação e manda recado a Lula em segundo discurso do dia

No 2° discurso como governador, já no Palácio dos Bandeiras, Tarcísio de Freitas exaltou a Deus, agradeceu o apoio de sua família e afirmou que dará prioridade à redução das desigualdades sociais no Estado e à pacificação social. Em um discurso nacionalizado, o ex-ministro de Jair Bolsonaro agradeceu mais uma vez ao agora ex-presidente e pediu, sem citar diretamente o nome de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que não ocorram retrocessos no controle dos gastos públicos no Brasil.

“Uma das palavras mais pronunciadas na política hoje é pacificação. Certamente por expressar um anseio social. Mas a pacificação demanda gestos e passa seguramente por retrospectiva crítica, que nos blinde de erros cometidos, mas também pelo reconhecimento de avanços”, disse, em defesa do governo Bolsonaro.

Diante de uma plateia que já havia ovacionado Bolsonaro, o governador seguiu dizendo que o “Brasil deve encerrar o ano com superávit de 0,4% do PIB graças à melhora da qualidade do gasto público e do melhor ambiente de negócios”. Afirmou ainda que o País avançou em privatizações e concessões.

“Se olharmos o gasto da União em 2022, ele será 0,5 ponto porcentual do PIB, menor que em 2018. Será a primeira vez desde a redemocratização que um presidente lega para o seu sucessor um gasto menor do que o herdado do governo anterior.” E continuou: “O poder público é como uma corrida de revezamento. Recebe-se o bastão, corre-se na maior velocidade possível, passa-se o bastão para quem correrá depois. O que se espera é que não haja retrocessos em termos de qualidade do gasto, gestão fiscal e parcerias com a iniciativa privada. São Paulo e o Brasil precisam caminhar juntos. Um não prospera sem o outro.”

Tarcísio agradeceu ainda ao eleitorado de São Paulo, que, segundo ele, não perguntou de onde ele veio, mas acreditou para onde poderia levar o governo – o novo governador é carioca e nunca morou no Estado. “Entendemos o recado das urnas e vamos governar para todos.”

Assim como já havia feito ao tomar posse na Assembleia Legislativa, Tarcísio se comprometeu a trabalhar pelo crescimento econômico do Estado com o objetivo de alcançar o que classificou como finalidades de seu governo: reduzir as desigualdades, atender aos dependentes químicos e parte da população ainda analfabeta, entre outros desafios.

Ao longo do discurso, Tarcísio citou alguns legados dos 28 anos de governos tucanos, como o Bom Prato e as escolas técnicas, afirmando que não pretende promover nenhuma ruptura, mas avanços Citou a conclusão de obras atrasadas, como linhas de metrô e o trecho norte do Rodoanel, e afirmou que vai trabalhar com a ajuda da tecnologia em todas as áreas, como na Segurança Pública.

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