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AGRISHOW – Confusão na visita de Ciro Gomes

CÉLIO MESSIAS/UAI FOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

O ex-governador do Cea­rá e ex-ministro da Economia Ciro Gomes (PDT) disse que o agronegócio é a saída para o Brasil. O pré-candidato à Pre­sidência da República esteve em Ribeirão Preto nesta quin­ta-feira, 28 de abril, para visitar a 27ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow 2022). O evento termina nesta sexta-feira (29).

Ciro Gomes elogiou o evento e disse que a feira é uma importante vitrine da extra­ordinária tecnologia que vem sendo aplicada no campo, dan­do ao país números cada vez maiores de produção e produ­tividade agrícola. “É importan­te que o Brasil aprenda todo dia a respeitar o agronegócio porque é ele quem carrega o país nas costas hoje”, afirma.

Bate-boca
Durante sua visita à Agrishow, Ciro Gomes bateu boca com apoiadores do pre­sidente Jair Bolsonaro (PL). Enquanto andava pelos es­tandes, ele foi hostilizado por bolsonaristas que visitavam a feira e reagiu. A discussão foi registrada em vídeos que cir­culam nas redes sociais.

Após passar pelos expo­sitores da feira, Ciro Gomes concedeu uma entrevista coletiva e comentou a con­fusão, chamando os apoia­dores de Bolsonaro de “na­zistinhas”. “Não teve bate boca. Meia dúzia de nazis­tinha [gritaram] ‘Nordes­tino, cearense, vai embora, Bolsonaro, mito’. E eu digo: ‘Ladrão da rachadinha’. Só isso”, explicou. Ele também fez gestos que remetem ao termo “ladrão”.

Depois, o presidenciável divulgou nota em suas redes sociais na qual afirma que os apoiadores do presidente Bol­sonaro agiram com violência e preconceito. “Ciro Gomes visi­tava a maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, a Agrishow, em Ribeirão Preto, quando foi insultado e sofreu tentativas de agressão física por militantes bolsonaristas”, informa a assessoria do ex-mi­nistro no Twitter.

A nota afirma ainda que “os agressores agiram com violência e com profundo pre­conceito contra nordestinos, atacando com forte conotação racista a sua origem cearense”. O presidenciável entende que esse tipo de comportamento “fascista deve ser enfrentado, ou as milícias bolsonaristas se sentirão no direito de atacar a todos, inclusive a quem não consiga se defender”, informa.

Agronegócio
Para Ciro Gomes, os nú­meros do agro que costumam bater recordes constantes pre­cisam estar sempre atrelados a uma prática sustentável para garantir e ampliar espaço no mercado internacional. Segun­do Ciro Gomes, a produção que o mundo deseja deve ser comprovadamente sustentá­vel, respeitando os padrões ambientais de proteção aos biomas e mantendo garantias futuras às novas gerações.

“A grande maioria do agro­negócio já entendeu esse ce­nário e sabe que precisa dar exemplo para os países que compram nossos produtos. Sabe que, ao produzir ali­mentos para o planeta, nós o fazemos respeitando o meio ambiente”, diz o pré-candida­to à Presidência.

A agricultura familiar tam­bém teve espaço na fala do ex-governador, que citou a importância de valorizar o pe­queno produtor com crédito, assistência técnica, acesso ao mercado, capacitação geren­cial, adensamento tecnoló­gico e associativismo para grande escala, com acesso ao comércio exterior.

Ministro do Meio Ambiente
“O setor do agro, a agroin­dústria e a indústria de má­quinas têm a possibilidade
pelos expositores, Joaquim Leite ressaltou que existe uma preocupação global com sus­tentabilidade e uma atuação conjunta e comprometida com a nova economia verde.

“O agronegócio pode ser uma solução para a geração de bioenergia. Usinas de álcool e açúcar podem gerar hidrogê­nio verde enquanto os resídu­os orgânicos da suinocultura, produção de leite e pecuária, entre outros, se transformam em biogás reduzindo as emis­sões de carbono. Nós saímos do passivo para o ativo am­biental”, frisa.

Agrishow termina nesta sexta-feira
A 27ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow) é realizada desde 1994 no Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro-Leste, a popular “Estação Experimental”, localizada no quilômetro 321 da Rodovia Antônio Duarte Nogueira (SP- 322), o Anel Viário Sul, em Ribeirão Preto.

A Agrishow termina nesta sexta-feira, 29 de abril, com a expectativa de receber 150 mil pessoas. Em 2019, quando foi realizada a 26ª edição, o evento contou com 159 mil visitantes, a maioria de compradores e produtores rurais de pequeno, médio e grande porte, provenientes de todas as regiões do país e também do exterior. Terminou com recorde de faturamento e registrou alta de 6,4% nas vendas.

Fechou em R$ 2,9 bilhões, acréscimo de R$ 200 milhões na compara­ção com o montante de 2018, de R$ 2,7 bilhões. Neste ano, a Agrishow conta com sete praças de alimentação com restaurantes, lanchonetes, grandes redes alimentícias e de food trucks.

O maior problema citado por grande parte dos frequentadores foi a falta de organização do trânsito: muita gente levou cerca de duas horas para cruzar 2,8 quilômetros entre a região Central e o local da feira. Outra difi­culdade foi constatada na hora de estacionar. Das nove horas em diante foi muito difícil encontrar vaga.

A Agrishow é uma iniciativa das principais entidades do agronegócio no país: Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Abimaq, Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) e Sociedade Rural Brasileira (SRB). É organizada pela Informa Markets.

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