Hoje, minha filha foi a uma oficina para trocar uma pequena lâmpada de seu carro, que estava queimada. Após o serviço, que demorou menos de 10 minutos, a lâmpada, de R$ 8,00 foi trocada e a conta apresentada: R$100,00. Como não havia combinado o preço ela não reclamou, apesar de ter ficado indignada. Não posso dar outro nome a esse episódio senão o de furto. O furto se diferencia do roubo porque esse último envolve violência. Se considerarmos a violência moral a que o comprador é submetido, nem sempre a diferença é tão grande.
O furto dissimulado muitas vezes assume proporções maiores. Cerca de um mês atrás combinei com um profissional que ele consertasse meu sistema telefônico doméstico e fizesse uma revisão em um televisor. Ele me pediu como adiantadamente a metade do valor combinado, pois precisava comprar algumas peças. Ingenuamente concordei, já que o profissional tinha boa referência.
Ele ficou de voltar no dia seguinte. Não voltou, disse que teve um contratempo e marcou outra data. Também não veio. Liguei para ele que disse que havia uma doença na família. Na outra data tratada ele veio e fez o serviço telefônico. Como não sabia se o serviço ficara bom marquei nova data, que ele escolheu, para fazer a revisão do serviço e do televisor. Nunca mais voltou. Pedi à pessoa que o havia indicado que entrasse em contato com ele. Ela o fez várias vezes, mas nada conseguiu. O furto estava consumado.
Consulte seu círculo de amigos e verá que a maioria deles tem uma história semelhante. É um furto dissimulado, nunca confessado. E não acontece nada para o malfeitor. Penso que a Prefeitura ou a Câmara Municipal deveria criar um setor que cuidasse desse assunto, cuja prevalência vem aumentando.