De 29 de abril a 3 de maio, a Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto e o Instituto SEB – A Fábrica realizam o “Revolução Poética na Fábrica Literária”. O evento acontece no auditório do espaço A Fábrica, na rua Mariana Junqueira, 33, no centro de Ribeirão Preto.
Em sua segunda edição, o Revolução Poética se une ao inédito Fábrica Literária com o objetivo de reunir forças em prol da celebração do Dia da Literatura Brasileira, comemorado em 1º de maio, com a participação do público de forma presencial e on-line.
Neste ano, o Revolução Poética homenageia seis poetas brasileiros: Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Cora Coralina, Ferreira Gullar, Manoel de Barros e Paulo Leminski. A produção dá destaque para um poema de cada escritor, utilizando-os como base para refletir sobre os sentimentos: incompletude, ausência, completude, amplitude, intensidade e contradição – temas chaves do encontro.
Já a Fábrica Literária destaca os autores da nova geração para discutir temas como: a literatura nacional da atualidade, a sua representatividade no mercado editorial, as histórias em quadrinhos como narrativas de uma época e o livro como maneira acessível de lazer e busca de conhecimento.
Serão cindo dias de programação gratuita, reunindo 14 autores de referência do universo cultural brasileiro que se revezam nas conversas literárias e debates. Segundo a curadora do Revolução Poética, a educomunicadora Adriana Silva, o evento é uma homenagem permanente a Edgard Morin, na sua essência. “ É a partir da frase deste antropólogo, sociólogo e filósofo que diz: “o homem necessita de poesia”, que criamos a 1ª edição do projeto e, compreendendo a dimensão da proposta, seguimos com outros formatos, para além de Morin”, explica.
Nesta segunda versão e agora em novo formato – o “Revolução Poética na Fábrica Literária”, a proposta é revolucionar a poesia na contemporaneidade: com artistas da atualidade a partir de poetas significativos da história da literatura brasileira. “A ideia é fazer uma conexão entre poetas do século passado e contemporâneos, buscando compreender alguns sentidos pela sua própria contrariedade, como pensar na incompletude a partir da amplitude, por exemplo”, destaca Adriana.
“Ao escolher os autores, buscamos trazer as vozes transformadoras do nosso tempo. Vozes que através da arte literária trouxessem não apenas a reflexão diante das palavras, mas exigissem a multiplicidade de quem somos”, considera Danilo Barbosa, coordenador do Espaço Cultural da Fábrica e curador da edição de estreia da Fábrica Literária.
Abertura
Na sexta-feira (29), a abertura do festival será às 19h30, com participação dos organizadores, convidados e plateias presencial e on-line. Às 21h, acontece a Conversa Literária com Jeferson Tenório. Carioca radicado em Porto Alegre, o autor fará uma abordagem sobre a carreira, literatura brasileira, as suas influências na escrita e de que forma o livro “O avesso da pele” reflete a nossa sociedade. Tenório é doutorando em teoria literária pela PUCRS. Estreou na literatura com o romance “O beijo na parede” (2013), eleito o livro do ano pela Associação Gaúcha de Escritores. Teve textos adaptados para o teatro e contos traduzidos para o inglês e o espanhol. É autor também de “Estela sem Deus” (2018). Sua obra mais recente, “O avesso da pele”, foi vencedora do Prêmio Jabuti (2021) – o mais emblemático prêmio da literatura brasileira.
Agenda
No final de semana, a programação prossegue com oficinas, conversas literárias, debates e atividades artísticas. No sábado (30/4), a primeira atividade, “Oficina de Escrita Criativa”, com o escritor ribeirão-pretano Matheus Arcaro, acontece das 9h às 12h. A oficina terá continuidade no dia 1 º de maio, no mesmo horário. Outros destaques do sábado são as Conversas Literárias. Às 15h, o bate-papo é com a escritora Lola Salgado, sobre a nova cara da literatura juvenil. A autora do livro “Os oito disfarces de Otto” é um dos nomes campeões de venda na Amazon.
Logo depois, às 17h, a conversa é com a ciberativista e escritora Triscila Oliveira. Ela é autora da HQ “Confinada”, considerado um dos projetos de maior sucesso na plataforma Catarse. Às 19h, quem participa do festival é José Falero. O escritor foi servente de pedreiro, supridor de gôndola de supermercado e hoje é referência na nova literatura brasileira, tendo a sua obra “Os supridores” entre as finalistas do prêmio Jabuti.
No domingo (1/5), o escritor Stefano Volp sobe ao palco do evento às 15h. Volp é jornalista, roteirista, escritor e produtor editorial, criador da editora Escureceu, voltada à publicação de autores negros clássicos. Além de “Homens pretos (não) choram”, Volp é autor de “Nunca vi a chuva” e “O segredo das larvas”. Em seguida, às 17h, a conversa é com Aline Bei, autora formada em Letras pela PUC-SP e em artes cênicas pelo teatro-escola Célia Helena. Seu romance de estreia, “O peso do pássaro morto” (2017), foi vencedor do prêmio São Paulo de Literatura e do prêmio Toca, além de finalista do Prêmio Rio de Literatura. “Pequena coreografia do adeus” é seu segundo livro.
À noite, às 19h, acontece a apresentação artística do rapper e poeta Renan Inquérito, com o show “De Mano para Mano (el)” – em homenagem ao poeta Manoel de Barros. Nina Rizzi, escritora, tradutora, pesquisadora e professora, participa do debate “Incompletude”, na sequência. A partir das 21h, terão início outras duas atividades: apresentação artística de “Ausência” – em homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade, com o cantor, rapper e pensador João D. Deus, ao lado de Vinicius Preto, historiador, apresentador e fundador do grupo Zamba Rap Clube. Logo em seguida, o escritor Marcelino Freire participa do debate com o público sobre o mesmo tema. Autor da obra “Contos Negreiros” que recebeu o Prêmio Jabuti de Literatura em 2006, Freire é autor de peças teatrais e de livros como “AcRústico” e “EraOdito”.
Na segunda-feira (2/5), a partir das 19h, o Revolução Poética na Fábrica Literária começa com a apresentação artística “Atalhos”, da Cia. Pé na Tábua. Em seguida, a poeta e atriz Luiza Romão é o destaque da agenda com o debate “Completude”. Ela é autora dos livros “Sangria”, “Também guardamos pedras aqui” e “Coquetel Motolove”. A apresentação “Na Vastidão”, com Palmira Osunwende toma a cena, às 21 horas. Logo depois, ocorre o debate “Amplitude”, com a escritora, poeta, slammer e produtora cultural Mel Duarte, que possui cinco livros de poesia publicados e é a primeira poeta negra brasileira a lançar um disco de poesia falada, “Mormaço – Entre outras formas de calor”.
A última noite do evento (3/5) começa às 19h, com a apresentação artística “Coração em (r)excesso”, com Matheus Vieira. Ele é produtor audiovisual, diretor, roteirista e fotógrafo. Atualmente, escreve e dirige filmes de ficção, documentários e publicitários. Após a apresentação artística, acontece o debate “Intensidade”, com a poeta e professora Ryane Leão. Ela tem dois livros publicados: “Tudo nela Brilha e Queima” e “Jamais Peço Desculpas Por Me Derramar”. No final da noite, às 21h, o grupo Brilhe Circo Drag se apresenta com o show “Na Contramão”. No fechamento, haverá debate com a cantora, compositora e escritora Assucena.
“É nosso papel promover ações que entreguem um mundo melhor para as novas gerações. Isso inclui a comunicação cultural, formal e artística nas suas mais variadas formas e que, neste evento, se manifesta por meio da literatura, congregando duas entidades vivas – A Fábrica – Instituto SEB e Fundação do Livro e Leitura -, para esta celebração em torno do livro”, destaca José Luiz do Carmo, diretor do Instituto SEB.
A presidente da Fundação do Livro e Leitura, Dulce Neves, avalia que a parceria da Fundação com o Instituto SEB vem para fortalecer os propósitos de disseminar a literatura em Ribeirão Preto e no país, já que o evento tem formato híbrido e permite a participação do público de qualquer localidade, pela internet. “Escolhemos valorizar juntos a poesia como linguagem e manifestação artística como um gatilho para a formação de leitores conscientes, críticos. Um exercício de cidadania”, finaliza.
Participação
Para participar da plateia presencial, o interessado deve acessar o link www.sympla.com.br/produtor/
SERVIÇO
Revolução Poética na Fábrica Literária
De 29 de abril a 3 de maio de 2022
Local: Auditório do Espaço A Fábrica (rua Mariana Junqueira, 33, Centro, Ribeirão Preto/SP)
Entrada gratuita
Inscrições: www.sympla.com.br/produtor/
Mais informações: Instagram @afabrica.instituto e @fundacaolivrorp
PROGRAMAÇÃO
29 de abril (sexta-feira)
19h30 – Abertura
21h – Conversa Literária com Jeferson Tenório
30 de abril (sábado)
9h às 12h – Oficina de Escrita Criativa com Matheus Arcaro
15h – Conversa Literária com Lola Salgado
17h – Conversa Literária com Triscila Oliveira
19h – Conversa Literária com José Falero
1º de maio (domingo)
9h às 12h – Oficina de Escrita Criativa com Matheus Arcaro
15h – Conversa Literária com Stefano Volp
17h – Conversa Literária com Aline Bei
19h – Apresentação artística “De Mano para Mano(el)”, com Renan Inquérito; em seguida debate “Incompletude”, com Nina Rizzi
21h – Apresentação Artística “Ausência”, com João D. Deus e Vinicius Preto; e logo após debate “Ausência”, com Marcelino Freire
2 de maio (segunda-feira)
19h – Apresentação artística “Atalhos”, com Cia. Pé na Tábua; e na sequência debate “Completude”, com Luiza Romão
21h – Apresentação Artística “Na Vastidão”, com Palmira Osunwende; e após debate “Amplitude”, com Mel Duarte
3 de maio (terça-feira)
19h – Apresentação artística “Coração em (r)excesso”, com Matheus Vieira. Logo depois, debate 19h “Intensidade”, com Ryane Leão
21h – Apresentação artística “Na Contramão”, com Brilhe Circo Drag; e finaliza com debate “Contradição”, com a cantora Assucena
Sobre a Fundação do Livro
A Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos. Trata-se de uma evolução da antiga Fundação Feira do Livro, criada em 2004, especialmente para realizar a Feira Nacional do Livro da cidade, hoje considerada a segunda maior feira a céu aberto do país. Em 2020, a Feira tornou-se internacional e em 2021 realizou sua 20ª edição, pela primeira vez, no formato on-line, devido à pandemia do Coronavírus.
Com uma trajetória sólida, projeção nacional e agora internacional, ao longo de seus 20 anos, a entidade ganhou experiência e, atualmente, além da Feira, realiza muitos outros projetos ligados ao universo do livro e da leitura, com calendário de atividades durante todo o ano. A Fundação do Livro e Leitura se mantém com o apoio de mantenedores e patrocinadores, com recursos diretos e advindos das leis de incentivo, em especial do Pronac e do ProAc.
Sobre o Instituto SEB
Ao longo de sua história, o Grupo SEB (Sistema Educacional Brasileiro) tem apoiado projetos ligados ao terceiro setor. Em 2016, criou o Instituto SEB, para reunir e potencializar este trabalho, tendo como sede o espaço A Fábrica, em Ribeirão Preto/SP. As ações do Instituto têm por objetivo engajar pessoas para que se tornem protagonistas do desenvolvimento sustentável de nossa sociedade.