Dados do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP) apontam que o Chevrolet Chevette ainda não caiu no esquecimento da população paulista. A data de lançamento e apresentação do primeiro exemplar pela marca General Motors, 24 de abril de 1973, foi consagrada como o Dia Nacional desse veículo, ainda bastante comum nas ruas.
O levantamento mais recente apontou que, somente na capital, a concentração de “Chevy’s”, apelido concedido pelos amantes do modelo, é de mais de 32% do total do estado, o equivalente a 195.235. Em seguida, as cidades com maior frota são Campinas e Santo André, com 5% e 4%, respectivamente. Essas três primeiras colocadas somam 82.070 exemplares do total ativo.
O modelo foi colocado no mercado primeiro no Brasil, à frente de grandes centros automotivos. Já houve lançamentos de unidades com o teto de vinil removível, bancos revestidos com tecido que se assemelhava ao jeans e também contou com diferentes versões (quatro portas, hatchback, perua e picape).
Atualmente, são 524 modelos de placa preta (destinada a veículos com, no mínimo, 30 anos de fabricação e alto grau de originalidade) em todo o estado de São Paulo. No Facebook, um perfil para interessados por carros desse modelo chama a atenção: Chevette Car Club.
O militar Marcley Mansur, de 26 anos, é o gestor do projeto e está à frente das redes. Desde 2014, a página conta com mais de 137 mil seguidores. Já no Instagram, plataforma que vem crescendo cada vez mais, o perfil @chevettecarclub soma 94,6 mil seguidores.
Marcley conta que a paixão pelo automóvel antigo começou por tradição familiar e foi o primeiro carro que aprendeu a dirigir: “A página começou com a restauração de um Chevette modelo Tubarão, ano 77, só que foi crescendo, até se tornar uma equipe. Com o grande crescimento das páginas nas principais redes sociais, nos tornamos um clube do carro, contendo membros até de outros países”.
A empresária e noiva de Marcley, Patrícia Azevedo, de 28 anos, também é entusiasta do assunto e tatuou o nome do veículo no braço, que está entre desenhos de frequência cardíaca. “Minha história com o Chevette começou quando fui ao primeiro churrasco automotivo da equipe Chevette Car Club, com meu irmão. Passei a querer não só ter um Chevette, como também viver nesse mundo”, conta Patrícia.
Além disso, foi nesse churrasco onde o casal se conheceu. Hoje, ela também tem um Chevy para chamar de seu: um SL, ano 76, de cor dourado, e com motor e peças rosas e pretas. Já o de Marcley é ano 74, de cor azul claro. Ele costuma utilizar seu veículo somente em passeios e eventos, já Patrícia utiliza no dia a dia. Os dois tratam os exemplares como se fossem filhos e seguem alimentando as páginas todos os dias.