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SEGUNDA GUERRA – Participação de ‘pracinhas’ da região será resgatada

FOTOS: ALFREDO RISK

A data de 5 de maio celebra o Dia Nacional do Expedicionário, uma homenagem aos membros que formaram a Força Expedicionária Brasileira (FEB), que lutou durante a Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados e contra os fascistas e nazistas na Europa. Mais de 25 mil soldados brasileiros ou “pracinhas”, como fica­ram conhecidos, foram enviados para a Europa e participaram da chamada “Campanha da Itália”, entre 1944 e 1945. Muitos pracinhas da região de Ribeirão Preto estiveram na luta e agora a memória dessa participação começa a ser resgatada em um livro, que deverá ser lançado no final de 2023 ou início de 2024.

Max Wagner, além de escritor e lecionar em escolas públicas e privadas, é historiador, editor, palestrante e apaixonado pelas duas guerras mundiais

O trabalho será do professor Max Wagner, ribeirão-pretano ra­dicado em Brodowski, que em 2018 lançou “Ribeirão Preto e a Primeira Guerra Mundial”, em que a aborda­gem não é apenas militar, mas com fatos políticos, culturais e sociais que aconteceram na cidade no pe­ríodo de 1914 a 1919.

Wagner, além de escritor e lecio­nar em escolas públicas e privadas, é historiador, editor, palestrante e apai­xonado pelas duas guerras mundiais.

“Desde 2019 quando encerrado os eventos sobre o livro ‘Ribeirão Preto e a Primeira Guerra Mundial’ eu pretendia realizar a sequência dele. Mas veio a pandemia, a falta de tem­po para produzir devido aos meus outros trabalhos e principalmente a falta de verba financeira”, explica. “Eu queria abordar os loucos Anos 20, os Anos 30 e a Segunda Guerra no Bra­sil, no mundo e principalmente em Ribeirão Preto. Principalmente abor­dando sobre os pracinhas de Ribeirão Preto que lutaram contra o nazifascis­mo na Europa”, acrescenta.

A proposta de contar as histórias dos pracinhas da cidade começou a ser reativada neste mês, após um contato com o diretor do Museu da Segunda Guerra Mundial, Matheus Del Vecchio. “Ele me convidou para realizar a palestra de abertura do mês do Expedicionário em maio”.

Wagner aceitou o convite e daí surgiu uma abertura de negociações para produzir o livro “Ribeirão Pre­to e a Segunda Guerra Mundial”. “O Museu representado pelo Matheus está captando verbas de Leis de In­centivo Fiscal para produzir a obra. Dessa forma a minha empresa foi contratada para prestar serviços na produção de livros de história social e militar para o Museu. Tornei-me o historiador responsável por produzir livros de história militar para o Mu­seu através de captação de recursos de Leis de Incentivo Fiscal”, detalha.

O projeto teve início apenas há uma semana e deverá levar aproxi­madamente 18 meses para ser con­cluído. O livro deverá ser publicado no final de 2023 ou no início de 2024.

“Embora eu pesquise sobre a Se­gunda Guerra Mundial há mais de 25 anos e tenha livros publicados sobre o assunto, eu precisarei aprofundar não somente na história dos pracinhas de Ribeirão Preto que são 54 soldados que lutaram na Itália. Mas também em todos os pracinhas da Região Me­tropolitana de Ribeirão Preto… É bom lembrar que no período dos anos 20, 30 e 40 as cidades da região de Ribei­rão ainda sofriam uma forte influên­cia da economia cafeeira e estavam totalmente interligadas”, salienta.

Wagner diz que já catalogou mais de 350 pracinhas em Ribeirão e re­gião e deverá chegar a quase 400.

O livro terá aproximadamente 450 páginas, será ilustrado numa edi­ção especial totalmente colorida. Di­vidido em 45 capítulos de 10 páginas no máximo cada.

A obra será dividida em quatro partes: 1 – Ribeirão Preto na Segun­da Guerra Mundial; 2 – A região de Ribeirão Preto na Guerra. Retra­tando a participação das 34 cidades da RMRP; 3 – O Brasil na Segunda Guerra Mundial; e 4 – Linha do Tem­po da Segunda Guerra Mundial. Re­tratando o conflito de forma global.

“A paixão que eu tenho sobre a Segunda Guerra Mundial desde criança me motivou a escrever sobre os pracinhas. Eu não conseguia en­tender porque nós tínhamos um Mu­seu sobre a Segunda Guerra e nunca foi escrito um livro sobre o assunto quando muitos pracinhas ainda esta­vam vivos. Porque ninguém gravou ou entrevistou esses soldados quando ainda estavam vivos? Coletando deta­lhes sobre como foi o seu dia a dia da Guerra na Itália”, explica.

Hoje nenhum dos pracinhas está mais vivo. “Tudo o que sabe­mos está no Museu. Isso torna a pesquisa sobre o livro um pouco mais difícil. Visto que as memórias desses soldados ficaram com seus parentes e descendentes. Muitos te­rão que ser procurados e entrevista­dos. Teremos também pela frente a pesquisa em documentos e em jor­nais. Eu farei de tudo para encontrar o máximo de informações possíveis sobre esses pracinhas”, ressalta.

Matheus Del Vecchio, diretor do Museu, Vitor Pavani, responsável pelo Museu e Max Wagner na frente do Museu da Segunda Guerra

Wagner diz ainda que terá o desa­fio de entrevistar alguns funcionários do Museu que conheceram os pra­cinhas de Ribeirão e suas histórias. “Uma das pessoas que mais conhecia eles foi o Capitão Fabelino, mas que faleceu recentemente aos 92 anos de idade. O livro será dedicado a ele e aos pracinhas de Ribeirão e região”.

“Tenho um enorme desafio de pesquisa pela frente, mas não vou me intimidar, sei que no fim o livro ficará maravilhoso”, finaliza.

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