Os preços dos dois principais combustíveis utilizados diariamente pelo consumidor de Ribeirão Preto, o etanol e a gasolina, estão mais caros desde esta quarta-feira, 20 de abril, em grande parte dos mais de 200 postos de combustíveis da cidade.
O derivado da cana-de-açúcar já custa mais de R$ 5,50 e o de petróleo superou a barreira de R$ 7,15. A Central de Monitoramento do Núcleo Postos, entidade que reúne 85 revendedores de combustíveis, já havia avisado que a tendência era de novos aumentos por causa do fim da safra de cana-de-açúcar.
Diz ainda que, devido aos constantes reajustes anunciados pela Petrobras no preço da gasolina, as usinas paulistas elevaram os valores do etanol hidratado e do anidro para conter a explosão da demanda e a iminente falta do produto. A safra 2021/2022 da cana atingiu a marca de 523,11 milhões de toneladas, encerrando o ciclo agrícola com retração de 13,60% frente à anterior, segundo a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica).
O litro do álcool combustível nos postos bandeirados passou de R$ 5,10 (R$ 5,097) para R$ 5,60 (R$ 5,597), alta de 9,8% e acréscimo de R$ 0,50. Os preços nos sem-bandeira subiram na semana passada. O produto está sendo vendido por R$ 5,20 (R$ 5,199) em alguns revendedores, aumento de 6,6% e aporte de R$ 0,32 em relação aos R$ 4,88 (R$ 4,879) cobrados anteriormente.
O preço médio da gasolina nos postos franqueados saltou de R$ 7,10 (R$ 7,097) para R$ 7,20 (R$ 7,197), aumento de 1,4% e acréscimo de R$ 0,10. O diesel não sofreu alteração. Na primeira quinzena do mês, subiu de R$ 6,50 (R$ 6,497) para R$ 7 (R$ 6,997), aumento de 7,7% e aporte de R$ 0,50.
Nos postos independentes, o preço médio da gasolina teve leve queda no início de abril, de 0,3%. Passou de R$ 6,88 (R$ 6,879) para R$ 6,86 (R$ 6,859), desconto de R$ 0,02. Já o litro do diesel permanece em R$ 6,70 (R$ 6,699), depois de avançar 15,5% em março em relação aos R$ 5,80 (R$ 5,799) cobrados anteriormente. São R$ 0,90 a mais.
Justificativa
A justificativa de distribuidoras e comerciantes é a tensão que o mercado enfrenta devido à guerra entre Rússia e Ucrânia. O fim da safra da cana-de-açúcar também pesou. Com base nos valores de R$ 5,60 para o derivado da cana e de R$ 7,20 para o do petróleo, a paridade está em 77,8% e deixou de ser vantajoso abastecer com álcool, já que o limite é de 70%.
Inflação
No ano passado, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço da gasolina avançou 47,49% no país. O etanol acumulava 62,23% de alta no mesmo período, ante 46,04% do diesel.
Em março, todos os combustíveis apresentaram alta de preços. O etanol subiu 3,24%, a gasolina avançou 6,92% e o diesel, 13,49%. No acumulado em doze meses, a gasolina sobe 27,67%, o álcool avança 25,36% e o diesel, 48,26%. No primeiro trimestre de 2022, o etanol tem deflação de 4,34%, o valor da gasolina sobe 5,26% e o do diesel avança 17,52%.
Etanol dispara 8% nas usinas
O preço do álcool combustível disparou nas usinas paulistas pela terceira semana seguida. A alta chega a 8,07% e pode ter reflexo nas bombas. O valor do hidratado fechou acima de R$ 3,80, depois de “encostar” nos R$ 3,90 no final de 2021. Saltou de R$ 3,5500 para R$ 3,8366. O preço do anidro – adicionado à gasolina em até 27% – subiu 2,68%.
Fechou a semana perto de R$ 4,10. Passou de R$ 3,9774 para R$ 4,0838. Os dados foram divulgados no dia 14 de abril, pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP). Os dados semanais devem ser atualizados nesta sexta-feira (22).
Pesquisa da ANP
Segundo o levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado entre 10 e 16 de abril, o preço do etanol subiu para R$ 5,102, alta de 9,9% na comparação com os R$ 4,642 cobrados até dia 9, depois de chegar a R$ 5,199 em 13 de novembro – o maior valor da história desde que a agência passou a pesquisar preços no município.
O preço do litro da gasolina caiu na maioria dos mais de 200 postos da cidade e agora custa, em média, R$ 6,935, aumento de 1,9% em relação aos R$ 6,805 cobrados até 9 de abril. O preço do diesel saltou de R$ 6,526 para R$ 6,738, reajuste de 3,2%. Lembrando que estes são os preços médios, ou seja, tem posto cobrando mais ou menos pelos produtos.
A paridade entre os derivados de cana-de-açúcar e de petróleo voltou a ficar acima de 70%. Agora está em 73,6%, depois de passar semanas acima de 80% – chegou a 80,5% no dia 13 de novembro. Deixou de ser vantagem abastecer com álcool. O preço da gasolina aditivada subiu de R$ 6,931 para R$ 6,985 e o do diesel S10 passou de R$ 6,658 para R$ 6,750 na semana passada, altas de 0,8% e 1,4%, respectivamente.
Valores médios: Ribeirão Preto
Gasolina: R$ 6,935
Gasolina aditivada: R$ 6,985
Etanol: R$ 5,102
Diesel: R$ 6,738
Diesel S10: R$ 6,750
Período: entre 10 e 16 de abril
Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)