Tribuna Ribeirão
Economia

Etanol dispara 8% nas usinas

DIVULGAÇÃO

O preço do álcool com­bustível disparou nas usinas paulistas pela terceira semana seguida. A alta chega a 8,07% e pode ter reflexo nas bom­bas. O valor do hidratado fe­chou acima de R$ 3,80, depois de “encostar” nos R$ 3,90 no final de 2021. Saltou de R$ 3,5500 para R$ 3,8366.

O preço do anidro – adicio­nado à gasolina em até 27% – subiu 2,68%. Fechou a semana perto de R$ 4,10. Passou de R$ 3,9774 para R$ 4,0838. Os da­dos foram divulgados na quin­ta-feira, 14 de abril, pelo Cen­tro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universida­de de São Paulo (Esalq/USP).

Pesquisa da ANP
Segundo o levantamento da Agência Nacional do Pe­tróleo, Gás Natural e Biocom­bustíveis (ANP), realizado entre 10 e 16 de abril, o preço do etanol subiu para R$ 5,102, alta de 9,9% na comparação com os R$ 4,642 cobrados até dia 9, depois de chegar a R$ 5,199 em 13 de novembro – o maior valor da história desde que a agência passou a pes­quisar preços no município.

O preço do litro da gasolina caiu na maioria dos mais de 200 postos da cidade e agora custa, em média, R$ 6,935, aumen­to de 1,9% em relação aos R$ 6,805 cobrados até 9 de abril. O preço do diesel saltou de R$ 6,526 para R$ 6,738, reajuste de 3,2%. Lembrando que estes são os preços médios, ou seja, tem posto cobrando mais ou me­nos pelos produtos.

A paridade entre os deri­vados de cana-de-açúcar e de petróleo voltou a ficar acima de 70%. Agora está em 73,6%, de­pois de passar semanas acima de 80% – chegou a 80,5% no dia 13 de novembro. Deixou de ser vantagem abastecer com álcool. Os preço da gasolina aditivada subiu de R$ 6,931 para R$ 6,985 e o do diesel S-10 passou de R$ 6,658 para R$ 6,750 na semana passada, altas de 0,8% e 1,4%, respectivamente.

Nas bombas
Desde 12 de abril, o preço do etanol está mais caro nas bombas de Ribeirão Preto. Para piorar, a gasolina também ficou mais cara nos mais de 200 pos­tos de combustíveis da cidade. O derivado da cana-de-açúcar já custa mais de R$ 5, e o de petróleo superou a barreira de R$ 7. A Central de Moni­toramento do Núcleo Postos, entidade que reúne 85 reven­dedores de combustíveis, já havia avisado que a tendência era de novos aumentos.

O litro do álcool combus­tível nos postos bandeirados passou de R$ 5 (R$ 4,997) para R$ 5,10 (R$ 5,097), alta de 2% e acréscimo de R$ 0,10. Nos sem-bandeira o reajuste, por enquanto, é mais salgado: o produto está sendo vendido por R$ 5,20 (R$ 5,199) em al­guns revendedores, aumento de 6,6% e aporte de R$ 0,32 em relação aos R$ 4,88 (R$ 4,879) cobrados anteriormente.

Segundo o Núcleo Postos, desde a semana passada o eta­nol vem sofrendo reajuste por parte das distribuidoras que alegam pagar mais caro pelo produto nas usinas. Em abril, a alta acumulada é de quase 10% para os postos revendedores. O aumento é decorrente da explo­são da demanda e a consequen­te falta do produto no mercado.

O preço médio da gaso­lina nos postos franqueados saltou de R$ 7 (R$ 6,997) para R$ 7,10 (R$ 7,097), depois de subir 6,1% em relação aos R$ 6,60 (R$ 6,597) cobrados no início de março, acréscimo de R$ 0,40. Agora, o aporte é de R$ 0,10, alta de 1,4%. O diesel não sofreu alteração. Na semana passada, subiu de R$ 6,50 (R$ 6,497) para R$ 7 (R$ 6,997), aumento de 7,7% e aporte de R$ 0,50.

Nos postos independentes, o preço médio da gasolina teve leve queda de 0,3% na semana passada. Passou de R$ 6,88 (R$ 6,879) para R$ 6,86 (R$ 6,859), desconto de R$ 0,02. Já o litro do diesel permanece em R$ 6,70 (R$ 6,699), depois de avançar 15,5% em março em relação aos R$ 5,80 (R$ 5,799) cobrados anteriormen­te. São R$ 0,90 a mais.

Justificativa
A justificativa de distribui­doras e comerciantes é a ten­são que o mercado enfrenta devido à guerra entre Rússia e Ucrânia. O fim da safra da ca­na-de-açúcar também pesou. Com base nos valores de R$ 5,10 para o derivado da cana e de R$ 7,10 para o do petróleo, a paridade está em 71,8% e deixou de ser vantajoso abas­tecer com álcool, já que o li­mite é de 70%.

Inflação
No ano passado, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasi­leiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço da gasolina avançou 47,49% no país. O etanol acumulava 62,23% de alta no mesmo período, ante 46,04% do diesel.

Em março, todos os com­bustíveis apresentaram alta de preços. O etanol subiu 3,24%, a gasolina avançou 6,92% e o diesel, 13,49%. No acumulado em doze meses, a gasolina sobe 27,67%, o álcool avança 25,36% e o diesel, 48,26%. No primeiro trimestre de 2022, o etanol tem deflação de 4,34%, o valor da gasolina sobe 5,26% e o do die­sel avança 17,52%.

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