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Uma grande aventura humana

Quando assistimos hoje os grandes avanços tecnológi­cos que permitem operar órgãos internos sem que as mãos do cirurgião os toquem não podemos deixar de sentir a presença de Deus. Mais impressionados ficamos ainda quando sabemos que um cirurgião pode estar operando um paciente que está a centenas de quilômetros. A tele­-cirurgia é um milagre, como também são milagres os transplantes de órgãos vitais, que dão ao transplantado uma nova vida, uma nova oportunidade.

No artigo anterior fizemos uma viagem até a Idade Mé­dia, falando da “Medicina Arabesca” e pontuando Salerno como o único centro ocidental que não sofreu impactos negativos medievais.
Ao longo dos séculos muitos médicos e pesquisado­res garantiram a evolução da Medicina.

Formalmente a chamada “Medicina científica” começa em 1626 quando William Harvey descreveu a circulação sanguínea. Na verdade, essa descoberta tem um precursor: no século XII Ibn-Al-Nefas já havia descrito a circulação. Malpighi (Histologia), Claude Bernard (Fisiologia), Louis Pasteur (Microbiologia) e Morgagni (Patologia) foram alguns dos gênios que garantiram o avanço nos conhecimentos.

As faculdades e instituições universitárias, que até então se resumiam à de Salerno, passaram a ser criadas no mundo ocidental. A primeira delas em Bolonha (1088), seguida de Oxford (1096), Paris (1170), Cambridge (1209) e Salamanca (1218). A tendência à especialização come­ça no século XVIII. O século seguinte, conhecido como “O Século dos Cirurgiões” marcou grandes conquistas na ciência e na arte de operar, sendo fundamental a evolução da anestesia e da assepsia.

O século XX se caracterizou pelos grandes avanços tecnológicos que abriram espaço para conquistas valiosas como a Imaginologia, a Endoscopia, a Medicina Nuclear e tantas outras.
Desses avanços nos conhecimentos e nos equipamentos de alta tecnologia vieram grandes conquis­tas científicas como os transplantes de órgãos, os “bebês de proveta”, os conhecimentos e aplicações com células-tron­co e clonagem e a engenharia genética. A cirurgia lapa­roscópica, que permitiu agir cirurgicamente sem tocar as mãos no órgão operado, abriu campo para a possibilidade de se operar por meio de robôs. Daí a operar com coman­do à distância, na tele-cirurgia, foi um passo.

Um passo que demorou milhares de anos, muita aven­tura e muito sacrifício.

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