Tribuna Ribeirão
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Três semáforos param após furtos

ALFREDO RISK

A Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp) informou nes­ta terça-feira, 12 de abril, que se­máforos instalados em mais três cruzamentos da avenida Sauda­de, nos Campos Elíseos, Zona Norte, deixaram de funcionar na manhã de ontem por causa de furto de fiação elétrica. Este é o segundo caso registrado em 24 horas na região.

Segundo a Transerp, o cri­me de ontem foi cometido du­rante a madrugada e prejudi­cou o encontro da avenida com as ruas Antônio Milena, Alia­dos e Humberto de Campos. Os equipamentos voltaram a funcionar ainda no período da manhã. Nenhum suspeito pe­los furtos nos Campos Elíseos havia sido identificado e preso até o fechamento desta edição.

Enquanto o sistema ficou inoperante, foi adotada sinali­zação provisória com cavaletes nos pontos afetados, além do monitoramento de agentes de trânsito. Na manhã de se­gunda-feira (11), semáforos instalados em quatro cruza­mentos da avenida Saudade saíram do ar por causa de furto de fiação elétrica. Gra­dualmente, os equipamentos voltaram a funcionar.

O furto ocorreu na esquina com a rua Amazonas em uma caixa de controle dos semáforos. Foram afetados os equipamen­tos dos cruzamentos da aveni­da Saudade com as ruas Ceará, Anita Garibaldi, Amazonas e Goiás. Agentes de trânsito da Transerp permaneceram no lo­cal para orientar os motoristas durante a manhã. Também foi implantada sinalização provisó­ria com cavaletes.

Este tipo de crime se tor­nou recorrente em Ribeirão Preto neste início de ano. Em 7 de março, semáforos insta­lados em oito cruzamentos da cidade ficaram inoperantes novamente por causa de fur­to de fiação elétrica. O mesmo problema já havia ocorrido an­teriormente, entre os dias 2 e 3 de março, em 25 cruzamentos do Centro e da Zona Sul.

Em todas essas ocasiões houve lentidão no tráfego de veículos. Não há informações sobre prisão ou identificação dos suspeitos pelos furtos. Em alguns casos os ladrões subi­ram em árvores nos canteiros e às margens das avenidas para cortar cabos de energia elétri­ca, TV a cabo, telefonia e de aparelhos semafóricos.

A Polícia Civil informa que, nos últimos três anos, apreendeu 50 toneladas de fio de cobre e prendeu 67 pessoas envolvidas com furtos ou re­ceptação do material. A Secre­taria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) também investiga o caso, mas até o momento ninguém foi preso ou identificado.

“A Transerp lamenta por essas ocorrências consecutivas que podem comprometer a se­gurança do trânsito na cidade. Caso qualquer cidadão verificar alguma suspeita de furto de ca­bos de semáforos, orientamos a ligar para a Polícia Militar no 190”, diz a empresa em nota.

No comunicado enviado ao Tribuna, a Transerp infor­ma que tem registrado boletins de ocorrência na Polícia Civil sobre a referida situação que afeta o funcionamento dos se­máforos. Desde 1° de janeiro e até 7 de março, foram furtados 1.245 metros de cabos semafó­ricos na cidade, em um total de 31 ocorrências.

O prejuízo neste ano, até 7 de março, já passa de R$ 14.940 com reparos. As regiões com mais registros são as zonas Sul, Central e Oeste. As informa­ções de março e abril ainda não foram consolidadas. No ano passado, foram furtados 3.418 metros de cabos semafóricos, em um total de 65 ocorrências, gerando gastos com reparos na ordem de R$ 27.344.

São 92 boletins de ocorrên­cia em pouco mais de um ano. O Setor Semafórico da Em­presa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto des­taca que diante dos furtos tem desenvolvido uma técnica para inibir a ação dos bandidos, com o uso de arames de aço.

Caso qualquer cidadão verificar alguma suspeita de furto de cabos de semáforos a orientação é denunciar e ligar para a Polícia Militar no telefo­ne 190. Por fim, a Transerp la­menta tais ocorrências que po­dem comprometer a segurança dos usuários do trânsito na cida­de. No ano passado, os bandidos roubaram a fiação de postes de 54 praças da cidade, um prejuízo superior a R$ 350 mil.

Pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Rafael Alcadipani afirma que o furto de fiação é “bastante lucrativo”. “Muitos desses fios possuem co­bre, um minério que aumentou muito seu valor, principalmente após a pandemia”, explica. “Se surge um mercado informal de compra de peças que estimula este tipo de furto, as pessoas que estão no desespero vão tender a entrar nesse mercado”, afirma Jacqueline Sinhoretto.

Ela é coordenadora do Gru­po de Estudos sobre Violência e Administração de Conflitos, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Ainda segun­do Alcadipani, esses crimes dificilmente são orquestrados por facções. “Via de regra, são criminosos mais comuns, mui­tas vezes usuários de droga”, diz ele, que também associa a alta à crise socioeconômica.

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