Nesta segunda-feira, 4 de abril, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HC-FMRP/USP) liberou as visitas presenciais aos pacientes. Para isso, o visitante tem de passar por triagem nas portarias de acesso por meio de abordagem individual.
A triagem vai averiguar a presença de sintomas respiratórios suspeitos, contato com casos confirmados de covid-19 nos últimos 14 dias e aferição de temperatura corporal. O uso de máscara facial é obrigatório. O equipamento deve ser de tecido íntegro, sem furos, com dupla camada e nas dimensões que promovam a cobertura de nariz e boca.
A liberação ocorre quase três meses depois de uma suspensão motivada pelo aumento dos números de coronavírus na cidade associado à variante Ômicron. O atendimento na unidade é feito a pacientes com coronavírus de Ribeirão Preto e de outras 25 cidades que fazem parte do 13º Departamento Regional de Saúde (DRS-XIII), além de pessoas que são de outras regiões.
No pico da segunda onda da pandemia, as unidades campus e de emergência chegaram a ter lotação de 82 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e precisaram fechar vagas por falta de médicos. Em 2020, o hospital disse que poderia perder 130 dos 920 leitos na época por falta de enfermeiros, médicos e anestesistas. No mesmo mês, o estado anunciou a contratação de 350 funcionários.
Ainda em 2020, o HC de Ribeirão Preto realizou 1.021.214 atendimentos, entre consultas, procedimentos médicos e atendimentos multidisciplinares. Também realizou 2,93 milhões de exames laboratoriais e 390 mil exames especializados.
Em dezembro do ano passado, o então vice e agora governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB,) anunciou, durante o evento RetomaSP, na Esplanada do Theatro Pedro II, no Centro Histórico de Ribeirão Preto, repasse de R$ 33 milhões para o Hospital das Clínicas contratar 416 profissionais de saúde. As admissões seriam efetuadas pela Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência (Faepa).
A Faepa é a gestora do Hospital das Clínicas. Do total liberado, R$ 28 milhões são para a contratação de 61 médicos, 70 enfermeiros, 187 técnicos de enfermagem e 98 profissionais de outras áreas. Além disso, a Faepa terá R$ 5 milhões para contratar serviço terceirizado de anestesistas. O objetivo é aumentar o número de cirurgias no Hospital das Clínicas. O setor tem enfrentado problemas de falta de profissionais.
Ribeirão Preto soma 3.284 vítimas fatais da covid-19 desde o início da pandemia. São 1.045 de 2020, mais 1.991 de 2021 e 249 deste ano – números oficiais da Secretaria Municipal da Saúde, que considera a data do início dos sintomas, e não do óbito.
Uma morte foi descartada, mas continua a ser contabilizada, somando 3.285. Na verdade, 261 moradores morreram em decorrência da doença em 2022. Em relação aos contágios, são 41.977 de 2020, outros 73.223 de 2021 e 33.471 deste ano, totalizando 148.671.
A ocupação de leitos de terapia intensiva, em Ribeirão Preto, estava em 40% às 17 horas desta segunda-feira. Segundo a plataforma leitoscovid.org, havia seis pacientes internados nas 15 vagas disponibilizadas por nove de doze hospitais da cidade.
Nas duas unidades do Hospital das Clínicas – Campus e de Emergência –, a ocupação de UTIs era de 50% no final da tarde, com pacientes em cinco dos dez leitos disponíveis. No auge da pandemia, no passado, o município chegou a ter 318 leitos de terapia intensiva para pessoas com coronavírus.
Na enfermaria, somando todos os hospitais da cidade, a taxa era de 53,66% no mesmo horário, com 22 dos 41 leitos ocupados. Nas unidades do Hospital das Clínicas, ocupação era de 94,4% às cinco da tarde, com pacientes em 17 das 18 vagas. No auge da pandemia, o município chegou a ter 296 leitos.