Após abrir mão da candidatura à Presidência da República, o ex-ministro Sergio Moro (União Brasil) disse nesta sexta-feira, 1º de abril, Dia da Mentira, que “não desistiu de nada” e não será candidato a deputado federal nas eleições deste ano.
A possibilidade vinha sendo cogitada como alternativa após Moro trocar o Podemos pelo União Brasil com a condição de que não disputasse o Palácio do Planalto. Em pronunciamento, o também ex-juiz federal negou que vá concorrer a uma vaga na Câmara para obter foro privilegiado.
“Não tenho ambição por cargos. Se tivesse, teria permanecido juiz federal ou ministro da Justiça. Não tenho necessidade de foro ou outros privilégios que sempre repudiei e defendo a extinção. Aliás, não serei candidato a deputado federal”, afirmou.
Questionado sobre se pretende disputar algum cargo eletivo, Moro não respondeu e encerrou o pronunciamento sem atender a imprensa. O ex-ministro defendeu, ainda, uma candidatura única da chamada terceira via e pediu “gestos de desprendimento”.
Quer união entre os candidatos que se colocam como alternativa à polarização eleitoral entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). “Filiei-me ao União Brasil com a intenção de auxiliar a unificação do centro democrático”, disse.
Moro pediu “atos de desprendimento”, de Luiz Felipe d’Avila (Novo), João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB), Simone Tebet (MDB), André Janones (Avante), e de lideranças partidárias, para “fazer prosperar essa articulação democrática”.
Ele atribuiu ao presidente do União Brasil, Luciano Bivar, os esforços de liderar a união da terceira via. Ao anunciar a filiação ao novo partido, ontem, Moro disse que abria mão, “neste momento”, da pré-candidatura à Presidência. Ao trocar de sigla, ele também mudou o domicílio eleitoral, do Paraná para São Paulo.
O secretário-geral do União Brasil, ACM Neto, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), responderam a Sergio Moro e disseram que vão pedir a desfiliação dele do partido caso não desista de ser candidato a presidente. “Se ele for se filiar para ser candidato a Presidente, vamos pedir a impugnação da filiação dele agora”, afirma Caiado.
ACM Neto declarou que seria apresentado ainda nesta sexta-feira o pedido de desfiliação do ex-ministro. “Vamos apresentar um requerimento de impugnação da filiação dele. Será assinado pelos oito membros com direito a voto no partido, o que corresponde a 49% do colegiado. A filiação, uma vez impugnada, requer 60% para ter validade”, disse.