Ribeirão Preto tem 68 idosos à espera de vagas em instituição de longa permanência (ILP), o popular asilo. Destes, 24 ainda aguardam análise pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) para saber se preenchem os requisitos previstos em lei. Caso atendam aos critérios, entrarão na fila junto aos demais 44.
A informação foi divulgada pela secretaria em resposta a requerimento protocolado na prefeitura de Ribeirão Preto pelo vereador Marcos Papa (Podemos). No documento, o parlamentar solicitou um posicionamento sobre a fila de espera. A pasta mantém parceria com cinco asilos que realizam parte da política de assistência social do município.
O serviço de acolhimento é direcionado para idosos com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, independentes fisicamente e em contexto de vulnerabilidade. Para ser aceito é necessário que todas as possibilidades de autossustento e convívio com os familiares estejam esgotadas – situação em que os vínculos familiares ou sociais estejam fragilizados ou rompidos.
Atualmente, são disponibilizadas 217 vagas pelo município. São 49 no Lar Padre Euclides, 85 na Casa do Vovô 5 de Setembro, 25 no Lar Santa Rita, 24 na Casa do Vovô Albano e 34 no Lar dos Velhos da Igreja Presbiteriana. Para analisar a política municipal do setor, Papa propôs a criação de uma Comissão Especial de Estudos (CEE) na sessão de 29 de março.
A CEE dos Asilos será instalada na próxima terça-feira, 5 de abril, e será composta por Papa, Sérgio Zerbinato (PSB) e Maurício Gasparini (PSDB). Na justificativa o parlamentar argumenta que Ribeirão Preto não tem instituição de longa permanência municipal, dependendo de entidades filantrópicas e que isso precisa ser discutido.
Afirma ainda que a cidade possui um número alto de residências de acolhimento de idosos que estão na ilegalidade. Números da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) mostram que, em 2021, o índice de envelhecimento no Estado de São Paulo foi de 83 pessoas de 60 anos ou mais para cada 100 menores de 15 anos.
Ainda segundo a Seade, por causa da pandemia de coronavírus, a expectativa de vida dos paulistas em 2020 foi estimada em 75,4 anos, valor menor que em 2019, quando a esperança de vida ao nascer era de 76,4 anos. Regrediu sete anos, voltando a números que eram apresentados em 2013.
Para os homens, a expectativa de vida caiu mais do que para as mulheres. Entre as pessoas do sexo feminino, a vida média caiu de 79,4 para 78,7 anos, com perda de 0,7 ano em 2020. Já entre os paulistas do sexo masculino passou de 73,3 para 72,0 anos, uma redução de 1,3 ano.
A expectativa de vida ao nascer no Brasil em 2020 era de 76,8 anos, alta de dois meses e 26 dias em relação ao ano anterior (76,6 anos). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no entanto, a idade foi estimada caso o país não tivesse passado pela pandemia de covid-19.
É esperado que o aumento no número de óbitos em decorrência da doença tenha abreviado essa esperança de vida, dado que só deve aparecer nos números de 2022 (divulgados em 2023). De acordo com o instituto, sem considerar os efeitos da covid-19, a expectativa de vida para os homens era de 73,3 anos em 2020. Já para as mulheres, a esperança de vida era de 80,3 anos.