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Protesto: famílias dormem em praça

ALFREDO RISK

Várias famílias da Favela Vila Nova União acamparam na praça Barão do Rio Bran­co, em frente à prefeitura de Ribeirão Preto, para cobrar agilidade no processo de re­gularização fundiária do local. A comunidade tem cerca de 300 famílias e fica na avenida Eduardo Andrea Matarazzo, a Via Norte, ao lado do antigo Centro de Controle de Zoono­ses (CCZ) – atual Divisão de Bem-Estar Animal (DBEA), na Vila Albertina.

Cerca de 40 pessoas ocu­param a praça em frente ao Palácio Rio Branco na noite de quarta-feira, 30 de março. Além da regularização fundiária da comunidade, a mobilização também faz parte de um mo­vimento nacional que pedia ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prorrogação da proibi­ção dos despejos em função da pandemia de coronavírus.

Uma petição com o pedi­do de regularização fundiária da Nova União foi protocola­da na Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvi­mento em janeiro de 2020. A advogada dos moradores da comunidade, Flávia Meziara, afirma que o local atende a to­dos os requisitos exigidos pela legislação federal que permite a conclusão do processo.

O acampamento à porta de prefeitura é mais uma ten­tativa da associação de mora­dores para tentar regularizar a comunidade formada em 2015 – durante o governo da ex-prefeita Dárcy Vera (sem partido). Desde então, as fa­mílias enfrentam a ameaça de reintegração de posse.

Originalmente, a favela ocu­pava duas áreas anexas, sendo uma pública e uma particu­lar. Porém, durante o governo Dárcy Vera a parte perten­cente à iniciativa privada foi desocupada e no terreno foi construído um hipermercado. Na época, 200 famílias foram retiradas e tiveram de procurar outro local para morar.

Hoje, permanecem na Vila Nova União outras 300 famílias, em área pertencente à prefeitura. A mais recente tentativa de rein­tegração pelo governo munici­pal aconteceu em novembro de 2019. Com dia e hora marca­dos, não foi realizada porque parte dos moradores acampou na porta do Palácio Rio Bran­co – sede da prefeitura – para forçar uma negociação.

Depois de vários dias acam­pados, em uma reunião com o então secretário municipal de Planejamento e Gestão Pública, Edsom Ortega, ficou definido um pedido de adiamento da ação judicial – sobrestamento – por 90 dias. Após o prazo vencer, e após nova negociação, a prefei­tura teria optado por dar mais tempo para os moradores dei­xarem o local e se comprome­teu em fazer um levantamento sócio econômico das famílias para incluí-las em projetos ha­bitacionais da prefeitura.

Entretanto, devido à pande­mia de coronavírus esse trabalho não foi realizado integralmente, o que teria impedido a continui­dade do processo de negociação com moradores. Na tarde desta quinta-feira representantes dos moradores se reuniram com membros da administração. O grupo deixou a praça na tarde de ontem. A prefeitura de Ribeirão Preto emitiu nota à imprensa.

Diz que o vice-prefeito e se­cretário de Planejamento e De­senvolvimento Urbano, Daniel Gobbi; a diretora de Habitação, Ana Cláudia de Paula Pereira; e o chefe da divisão de Regula­rização Fundiária, Heitor Kooji Mello Matsui, se reuniram com representantes dos moradores. A equipe da prefeitura ouviu as demandas do grupo e definiu que será realizada consulta jurí­dica do processo de regulariza­ção fundiária do núcleo urbano Vila Nova União.

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