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Conversas avançam para acordo de paz

GONZALO FUENTES/REUTERS

A primeira rodada de ne­gociações entre a Rússia e a Ucrânia na Turquia, nesta ter­ça-feira, 29 de março, parece finalmente ter alcançado um avanço em direção a um possí­vel acordo de paz. As duas de­legações discutiram o cessar­-fogo e garantias de segurança internacional para a Ucrânia, que se colocou à disposição para adotar o status de neutra em alianças militares.

Após a reunião, a Rússia afirmou que vai reduzir a ati­vidade militar em Kiev e em Chernihiv e que pode ace­lerar um encontro entre os presidentes Vladimir Putin e Volodmir Zelensky. Segundo Mikhailo Podoliak, auxiliar do presidente Volodmir Zelensky, a chave para o cessar-fogo é o acordo sobre garantias de se­gurança internacional para a Ucrânia. “Somente com este acordo podemos acabar com a guerra como a Ucrânia pre­cisa”, disse Podoliak no Twitter.

Esse acordo está vinculado ao status de neutralidade que a Ucrânia está disposta a ado­tar, continuou Podoliak – o que significa que o país não se juntaria a alianças militares ou hospedaria bases militares. Ze­lensky já havia informado na segunda-feira (28) que avalia­va “a fundo” adotar esse status. Entretanto, o posicionamento do país deve passar por um re­ferendo antes para consultar a população, disse o negociador.

Crimeia
As propostas também in­cluem um período de negocia­ções bilaterais durante 15 anos sobre a anexação da Crimeia e poderiam entrar em vigor apenas no caso de um cessar­-fogo completo. Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, as negociações devem continuar nesta quarta-feira (30) com “grandes consequ­ências”, sem oferecer detalhes sobre a forma de qualquer pos­sível acordo.

Ele acrescentou que Vla­dimir Medinski, chefe da de­legação russa, informaria “se há esperança ou não”. Após o encontro, Medinski disse que a Rússia está preparada para acelerar uma possível reunião entre os presidentes Vladimir Putin e Volodmir Zelensky, as­sim que um esboço do acordo de paz entre os dois países esti­ver pronto.

Vinte mil mortos
Pouco depois do final da reunião, segundo o jornal The New York Times, um vice-mi­nistro da Defesa da Rússia teria afirmado que o país deve redu­zir a atividade militar em duas áreas: próximo a Kiev e na ci­dade de Chernihiv, no norte. As negociações tentam frear uma guerra que já deixou quase 20 mil mortos e que obrigou dez milhões de pes­soas a abandonar suas casas. “Ter um cessar-fogo e paz o mais rápido possível será benéfico para todos”, disse o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, antes do iní­cio das discussões.

As conversações acontece­ram no Palácio de Dolmabah­çe, em Istambul, a última resi­dência no Bósforo dos sultões e que também foi a última sede administrativa do Impé­rio Otomano, que atualmente abriga escritórios da presidên­cia turca. “As partes têm preo­cupações legítimas, é possível chegar a uma solução que seja aceitável para a comunidade internacional”, afirmou o chefe de Estado turco.

Refugiados
Quarenta e um ucranianos acolhidos por uma igreja em São José dos Campos, no inte­rior paulista, estão em quaren­tena em um hotel para depois serem levados para residências na cidade. Eles devem ficar no município por um ano, com o apoio da congregação que faz parte do Global Kingdom Partnership Network (GKPN), uma rede que reúne pastores e líderes cristãos em diversos pa­íses. O grupo saiu da Polônia e chegou a São Paulo no último sábado (26).

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