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A reinvenção da indústria

Concluímos este primeiro trimestre de 2022 comemo­rando os 94 anos de existência do CIESP (Centro das Indús­trias do Estado de São Paulo) e levando em nossas mãos a missão de manter o setor industrial unido, integrado e forte. Não é uma causa setorizada. Estamos falando de um sonho que mexe com a vida de todos. Um país com indústria forte oferece mais oportunidades, mais equilíbrio social e melhores condições de vida para a população.

No ano passado, a indústria de transformação respondeu por 22,2% do Produto Interno Bruto (PIB), por 71,8% das expor­tações e 68,6% dos investimentos empresariais em pesquisa e desenvolvimento. Isso dá uma noção do tamanho de nossa res­ponsabilidade com o Brasil e com os brasileiros, acima de tudo.

A pandemia de covid-19, que aos poucos parece caminhar para se tornar uma endemia (com casos mais isolados), nos trouxe golpes duros demais nos últimos dois anos. Lamenta­velmente, perdemos mais de 650 mil vidas. Em outro senti­do, a economia também amargou o fechamento de 520 mil empresas até junho de 2020 e, hoje, soma 12,6 milhões de pessoas desempregadas.

Assim, a vacinação em massa dos brasileiros durante todo o ano de 2021 traria um sopro de es­perança e alívio para toda a cadeia produtiva, que nos inspira para seguirmos motivados em 2022.

Mas, nada tem sido fácil. Antes mesmo da pandemia, vale lembrar que vínhamos do sexto ano consecutivo de encolhimen­to e desaceleração. Por isso, hoje, apesar da inflação, da alta na taxa Selic e das incertezas do cenário mundial devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, estamos aqui, falando da vida real e tentando trazer para a prática estratégias e planejamentos sobre os quais temos nos debruçado. O Brasil não vai crescer se não pensar grande. E faz parte desse projeto uma indústria forte, que conquiste uma Política Industrial moderna e audaciosa, de longo prazo – uma atitude de Estado e não de governos.

Nosso esforço é concentrado e se dá no apoio a empresários para promover e ampliar seus negócios num clima de coopera­ção e com o profissionalismo que o mundo hoje nos exige. Nesta semana que passou, por exemplo, apresentamos a 42 regionais do Ciesp, com sedes no interior de São Paulo, o projeto da Jornada da Transformação Digital, desenvolvido pelo Senai e o Sebrae. Nos­sa meta é entrar no projeto para estimular 40 mil indústrias a aderi­rem voluntariamente e a receberem apoio profissional para alcançar a maturidade digital nos próximos quatro anos. O projeto poderá trazer ganhos de produtividade, na média, em torno de 50%.

Além disso, temos incentivado as indústrias a adotarem as políticas de sustentabilidade ESG (Enviromental, Social and Governance), que primam por questões importantes de impacto socioeconômico, como o estímulo à presença das mulheres e dos jovens do empreendedorismo. Também temos trabalhado em projetos de incentivo à inovação tecnológica. É com um olhar muito atento que percebemos os movimentos que acontecem no mundo, e estamos sempre participando das transformações.

Curioso pensar que o Ciesp foi criado em 28 de março de 1928, seria um marco na industrialização do País e traria con­sigo o sonho de modernizar a indústria brasileira da época, após passar por um período de gargalo com as importações devido à primeira Guerra Mundial. Seja pequena, média ou grande. Seja na capital ou no nosso pujante interior, o fato é que nossa indústria vive e sempre se reinventa a cada novo capítulo da História para cumprir os seus objetivos e contri­buir para o desenvolvimento do Brasil.

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