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Esportes

Após críticas, novos diretores do COB falam em preservar relação com atletas

© REUTERS/Denis Balibouse/Direitos Reservados

Na primeira entrevista coletiva da nova diretoria de esportes do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Ney Wilson e Kenji Saito, juntamente com o diretor-geral da entidade, Rogério Sampaio, analisaram os desafios dessa nova fase da entidade, após a demissão de Jorge Bichara.

Afastado do comitê na terça-feira, Bichara ficou à frente da área de esportes nas últimas edições dos Jogos Olímpicos e Pan-Americanos, nos quais o Brasil obteve seu recorde de medalhas, nas duas competições. Com a saída do diretor, Ney e Kenji irão dividir tarefas dentro dessa nova área do COB. Ambos trabalharam juntos na Confederação Brasileira de Judô (CJB) e, agora no COB, ficarão responsáveis pelo Alto Rendimento e Desenvolvimento Esportivo, respectivamente.

Rogério Sampaio assumiu interinamente o comando, após saída de Bichara, e permanecerá na pasta até abril, quando Ney e Kenji assumirão, efetivamente, seus cargos. Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, a primeira deles como diretores, foram destacados os desafios que de manter os avanços que foram obtidos ao longo da última gestão

“Sem dúvida nenhuma é um grande desafio (assumir a área de esportes). O Jorge Bichara teve importância nesse processo. Temos uma equipe muito bem formada, que construiu todo esse projeto em conjunto com o COB e temos a certeza de que continuaremos em busca da evolução, que vem a partir do trabalho”, afirmou Ney.

Também foi relatado como se deu a demissão de Bichara. Sampaio contou que, antes mesmo de sua saída, já havia o entendimento, dentro do COB, acerca da divisão da área de esportes, ao passo que o antigo diretor era contra. O diretor-geral também afirmou que a entidade não consultou atletas ou confederações antes de realizar a troca. Após o anúncio do desligamento de Bichara, atletas e Confederações se manifestaram, se mostrando contrários à decisão do COB.

“Internamente já viemos debatendo a divisão da área de esportes, pois havia o entendimento de que era necessário atender melhor os atletas e federações, para não deixar lacunas. Coordenar todas essas áreas, administrativa e esportiva, não é fácil, ainda mais sendo uma pessoa só. Esse objetivo sempre existiu, mas nos surpreendemos quando, em dezembro, ele (Bichara) pediu seu desligamento da entidade”, relatou Sampaio.

Sobre essas lacunas, o diretor-geral destacou a necessidade do COB se aproximar das áreas científicas, das universidades, além do atendimento aos atletas e federações. Segundo Sampaio, Bichara não concordava com essa ampliação da área, nem realizar a troca de sua equipe. “O COB entende que precisamos sempre contar com as melhores cabeças do esporte brasileiro. Sabemos da importância do Bichara, mas por vezes é necessário uma alternância na direção”, concluiu o diretor-geral.

A partir de abril, quando Kenji e Ney assumirão em definitivo, seus maiores desafios serão de integrar esses atletas ao novo projeto, reconquistando a confiança. Segundo eles, muitos relataram tristeza após a saída de Bichara do comando, que tinha uma relação de amizade e, por vezes, paternal dentro do COB.

“Conheço o estilo de trabalho dele (Bichara) e de sua equipe. Existem maneiras diferentes de trabalhar e é natural que os atletas se preocupem sobre as mudanças. É importante nesse momento nos aproximarmos dos atletas, dos treinadores e das confederações”, contou Ney.

“Cada um tem seu estilo de trabalho, e essa relação com os atletas era uma marca do Bichara. Mas entendo que, nesse primeiro momento, precisamos garantir aos atletas que terão todas as garantias, benefícios e objetivos nessa próxima gestão durante a preparação olímpica”, afirmou Kenji.

Os novos diretores destacaram o processo de trabalho com os atletas jovens e necessidade de intensificar esse processo. Kenji ressaltou a discrepância de investimentos e programas existentes entre as federações.

“O jovem é importante para que possamos dar continuidade em novos campeões olímpicos e mundiais”, ressaltou o diretor. “Precisamos potencializar essa relação com os novos atletas, para intensificar seu amadurecimento e crescimento. Dessa forma, seremos capazes de traçar um perfil do atleta olímpico”.

Além desses pontos sobre a nova gestão, também foi destacado a preparação do COB para Paris. Com um ciclo olímpico mais curto, o Comitê garantiu que todos os atletas terão as melhores oportunidades para desempenharem o melhor papel nos Jogos. “Todos os investimentos estão mantidos e a tendência é de aumento. Já fizemos três visitas à França e já acertamos nossa base em Marselha. Em junho, o presidente (Paulo Wanderley) estará na França, para acertar o contrato”, contou Sampaio.

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