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Pesquisa vai ‘rastrear’ câncer

FOTO: ALFREDO RISK

Pesquisadores brasileiros vão recrutar 15 mil moradores de Ribeirão Preto para estu­do que vai identificar pessoas com maior ou menor risco de desenvolver o câncer. Com o material, será feita a genotipa­gem do DNA para entender a soma dos fatores hereditários, que são chamados de escore poligênico. Dessa forma, a pes­quisa poderá impactar na pre­venção de precisão para cada pessoa, de acordo com suas características genéticas.

No futuro, esses escores per­mitirão identificar quem são as pessoas que precisam de rastre­amento mais intenso para cân­cer e ao mesmo tempo pessoas que precisam de menos exames, o que terá grande impacto na racionalização dos recursos de saúde tanto públicos como pri­vados. Outro destaque do tra­balho é que os resultados vão permitir ter dados genéticos da população brasileira.

O projeto Coorte Dinâmica Genômica Oncológica (CoDi­GO) integra o Programa Nacio­nal de Apoio à Atenção Onco­lógica (Pronon). A realização e coordenação são da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (FMRP/USP), com parti­cipação do Hospital das Clínicas (HC), Fundação de Amparo ao Ensino, Pesquisa e Assistência (Faepa) e pela prefeitura.

O projeto envolve mais de 50 pesquisadores e teve início há dois anos em Ribeirão Preto. Agora avança para nova fase e os dados clínicos coletados, nos núcleos de saúde básica, serão pareados com coleta de mate­rial para genotipagem. Ao final de três anos, será formatado um grande banco de dados clínicos, epidemiológicos e moleculares para responder questões de on­cologia e até de outras áreas.

“É necessário aprimorar os métodos de rastreamento do câncer diante do conhecimento recente que pessoas podem ter maior ou menor risco heredi­tário para desenvolver câncer”, diz Leandro Colli, professor da FMRP, médico oncologista e um dos coordenadores do projeto.

“O rastreamento ainda é re­alizado praticamente do mes­mo modo para todas as pes­soas. Assim, indivíduos com maior risco de desenvolverem câncer podem não estar rece­bendo todo investimento em prevenção necessário e aquelas com menor risco, mais do que o necessário”, explica.

Os pesquisadores estão re­crutando pacientes maiores de 18 anos, atualmente acompa­nhados pelas equipes de Saúde da Família no Distrito Oeste de Ribeirão Preto, para a coleta de sangue. Outro destaque do tra­balho é que os resultados vão permitir acesso a dados genéti­cos da população brasileira.

“Esse tipo de estudo é rea­lizado há mais de dez anos no mundo, mas são raros no Brasil por causa do custo de milhões de reais por tipo tumoral. Pela diversidade genética da nossa população, estudos europeus e norte-americanos não podem ser extrapolados para o Brasil”, revela João Paulo Dias de Sou­za, também professor da FMRP, médico epidemiologista e um dos coordenadores do projeto.

“Nós propomos utilizar os dados clínicos do excelente cui­dado dos núcleos de saúde bási­ca pareado com coleta de mate­rial para genotipagem. Ao final de três anos, teremos um grande banco de dados clínicos, epide­miológicos e moleculares para responder questões de oncolo­gia e até de outras áreas”, conta o professor João Paulo Dias.

No futuro, o estudo per­mitirá identificar quem são as pessoas que precisam de rastrea­mento mais intenso para câncer e ao mesmo tempo pessoas que precisam de menos exames, o que terá grande impacto na racionalização dos recursos de saúde tanto públicos como pri­vados. Outro destaque do tra­balho é que os resultados vão permitir ter dados genéticos da população brasileira.

“O projeto em construção nas nossas unidades de saúde é a construção e um grande avanço científico na prevenção e com­bate ao câncer e coloca nossa ci­dade, mais uma vez em posição de destaque em medicina, saúde e pesquisa no Brasil e no mun­do”, diz o secretário municipal da Saúde, José Carlos Moura.

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