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Fake news eleitorais – o terror dos candidatos
Em todas as eleições, dos mais variados postos elencando os cargos eletivos na esfera municipal, estadual ou federal os te­mores dos candidatos bem postados nas pesquisas (muitas vezes incipientes e sem base técnica ou científica) eram as fake news. Os marqueteiros (e não havia muita gente quali­ficada) tinham aversão à língua do povo. Na política, diziam, “amigo não tem defeito, inimigo se não tiver qualquer senão, a gente coloca”. Quando um candidato começava a subida da preferência popular, o temor era do desvirtuamento das teses das campanhas que poderiam virar as colunas da preferên­cia de cabeça para baixo. Houve casos em que se lançou uma mentira que um candidato batia na mulher, que outro tinha filhos fora do casamento, que não pagava a empregada que trabalhava na casa de um terceiro… e assim seguiam as arti­manhas eleitorais, plenas de maldades.

Prevenção-vacina
Os melhores avaliados, sempre tinham a cautela nos comícios de chamar a atenção para o futuro e o que poderia aconte­cer. Diziam nos inflamados discursos que “agora irão começar a inventar mentiras a meu respeito”. E enumeravam o que a ‘radio peão’ das comadres iria transmitir nos ônibus, filas de INSS, bancos, etc. Era a vacina contra fake news, que naquela época era denominada por mentira, invenção, malevolência, etc. Muitos foram vítimas de calúnias que depois das eleições foram comprovadas como inverídicas, mas aí o leite havia sido derramado.

O candidato para perder tinha que ser flagrado
Dizia-se entre os envolvidos nas eleições que para um deter­minado candidato perder, depois de distanciamento na prefe­rência popular, “só se ele for flagrado batendo na santa mulher dele em plena praça XV”. Muitos não foram flagrados, mas sim atingidos pela maledicência das línguas ferinas e adversários eleitorais. Houve um que teve tantos filhos fora do casamento e listinhas eram feitas para saber de quais de suas amantes eram os rebentos. Só depois das eleições descobriram que a grande frustração do que poderia ser eleito era não poder ter filhos, pois tinha azoospermia, ou seja, não possuía esperma para a fecundação de óvulos. Alguns filhos a ele creditados eram de adoções humanitárias que ele realizava junto com sua mulher. Mas depois que a “Inês era morta”, ou seja, as eleições eram terminadas.

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