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Pesquisa revela quanto custa ganhar uma eleição

ALFREDO RISK

Calendário definido, candidatos se organizando para disputar o voto do eleitor e surge a pergunta mais in­trigante na corrida eleitoral: quanto custa ganhar uma eleição? Um es­tudo do Instituto Brasileiro de Pes­quisa e Análise de Dados (IBPAD) ajuda a responder essa pergunta e revela como os vencedores utiliza­ram os recursos financeiros.

Elaborada com informações da base de dados do Tribunal Supe­rior Eleitoral (TSE), referentes às prestações de contas dos candidatos que disputaram a eleição de 2018, a pesquisa mostra o custo médio das campanhas vitoriosas aos governos estaduais, Senado, Câmara dos De­putados e assembleias legislativas em todo o País.

A pesquisa se baseou na aná­lise da informação das 1.652 pes­soas que venceram as eleições de 2018. Além da média, a pesquisa mostra o investimento mínimo e o investimento máximo necessá­rio para vencer uma eleição em cada um dos cargos. O valor mé­dio das campanhas foi corrigido pela inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado de outubro de 2018 a janeiro de 2022.

Para se ter uma ideia, a média nacional de gastos de uma campa­nha vitoriosa ao governo do estado foi de R$ 6,8 milhões. Para o Senado, o custo médio foi de R$ 2,1 milhões, para a Câmara dos Deputados, R$ 1,3 milhão e para uma assembleia legislativa, R$ 373 mil.

© Fábio Pozzebom/Agência Brasil

A pesquisa também detalhou como foram gastos os recursos na produção do material de campanha. A produção dos programas de rá­dio e televisão foi o que consumiu o maior percentual de recursos das campanhas ao Governo (29,8%) e do Senado (22,09%). Mas quando se analisa as campanhas à Câmara dos Deputados e às assembleias le­gislativas, o maior volume de recur­sos colocado em publicidade foi o para material impresso: 22,09% e 21,56%, respectivamente.

Na era da internet o estudo reve­lou que os concorrentes aos diferen­tes cargos ainda investiram menos de 5% dos recursos totais nessa área. Candidatos ao governo usaram em média 3,18% com impulsionamento de conteúdos na web. Concorrentes ao Senado, 3,18%, à Câmara, 2,10% e às assembleias legislativas, 1,95%. Tudo indica que os investimentos em campanhas digitais devem subir nas eleições de outubro, assim como os investimentos em pesquisas, que co­meçam a ser vistos como ferramen­tas importantes para uma campanha mais assertiva.

“Para alcançar o sucesso em uma eleição é fundamental compreender a realidade, a dinâmica do eleitorado e como conquistá-lo. Há algumas ferra­mentas que facilitam esse caminho. Sabendo quanto custa uma campa­nha vitoriosa e quais são essas ferra­mentas, o candidato consegue fazer um planejamento adequado, com gastos direcionados a ferramentas que podem melhorar o seu desem­penho nas urnas”, explica Max Sta­bile, diretor do IBPAD.

Veja como regularizar seu título de eleitor
Os eleitores que pretendem votar nas eleições de outubro têm dois meses para regularizar a situação na Justiça Eleitoral. A partir de 4 de maio, o cadastro eleitoral será fechado e nenhuma alteração poderá ser feita.

A regularização do título de eleitor pode ser feita no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O prazo também vale para quem vai pedir a primeira via do docu­mento para votar pela primeira vez, fazer a transferência de local de votação ou a atualização de dados pessoais.

© Marcello Casal JrAgência Brasil

Para verificar sua situação, o eleitor deve entrar no site do TSE e checar se há algum débito em seu nome pela aplicação de multa por não ter votado em eleições anteriores, caso mais comum de irregu­laridade. O voto no Brasil é obrigatório e quem não comparece no dia da eleição paga multa de aproximadamente R$ 3,50 por cada turno se não justificar a falta.

Após fazer o pagamento, por meio da Guia de Recolhimento da União (GRU), é preci­so esperar a Justiça Eleitoral identificar o pagamento da multa e baixá-la no siste­ma, que acusará que o débito foi pago.

O eleitor que estiver com o título cance­lado pela ausência consecutiva em três eleições, além de pagar a multa, deverá requerer a revisão do cancelamento ou a transferência de domicílio para ficar em dia com a Justiça Eleitoral.

Transferência
O pedido de transferência do local de votação também pode ser feito pelo site do TSE. A medida se aplica aos brasileiros que mudaram de cidade. Entre as regras, é necessário que o eleitor esteja morando no município há pelo menos três meses.

Quem mora no exterior deve fazer o pedido de transferência na embaixada ou consulado do Brasil. Os brasileiros no ex­terior só votam para o cargo de presidente da República.

Levantamento por estados
A pesquisa também revelou informações detalhadas de cada unidade da federação. Dependendo da região ou estado em que o concorrente está, se vai disputar a reeleição ou não, o custo de uma campanha vitoriosa pode variar muito.

São Paulo teve a campanha mais cara ao governo do estado do país: um investimento de R$ 26,8 milhões. A média de gastos para se eleger ao Senado foi de R$ 3,4 milhões. Para a Câmara, a média de gastos ficou em R$ 1,3 milhão e para a Assembleia Legislativa, R$ 537 mil. Na corrida para a Câmara, a campanha que registrou gasto máximo, de R$ 2,9 milhões, foi 13,8 vezes mais cara do que a campanha que teve gasto mínimo, de R$ 19,2 mil.

O estudo mostra que no Espírito Santo, onde houve a menor média de gastos de um vencedor, o investimento foi de R$ 154 mil. A disputa pela mesma vaga em São Paulo, onde houve a maior média, custou quase 3,5 vezes mais, um investimento de R$ 537 mil para quem se elegeu.

Já quem sonha com uma das 513 vagas da Câmara dos Deputados será necessário gastar em média R$ 1,3 milhão. Mas quando se faz a comparação por estados, novamente há variações. Quem conquistou uma das cadeiras da bancada do Rio de Janeiro, o estado com a menor média de gastos, investiu R$ 914 mil.

Mas para ser dono de um dos mandatos de deputado federal por Goiás, o estado com a maior média, o investimento foi quase duas vezes maior, de R$ 1,6 milhão. Para conhecer a íntegra da pesquisa, de forma gratuita, basta acessar o site www.ibpad.com.br.

Lei das Fake News ainda não foi votada
O Projeto de Lei 2.630, conhecido como projeto de lei das Fake News, enfrenta resistência na Câmara dos Deputados e não deve ter impacto nas eleições de 2022. Após dois anos da apro­vação no Senado, a dificuldade em alcançar um consenso na Câmara trava a possibilidade de avanço do projeto. O novo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), José Alberto Simonetti afirma que a entidade atuará com fir­meza contra as notícias falsas e em defesa da transparência eleitoral nas eleições deste ano.

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