Tribuna Ribeirão
Educação

Escolas particulares pedem fim de máscaras

GUILHERME SIRCILI

Escolas particulares de São Paulo enviaram carta ao gover­no pedindo que os professores e alunos sejam priorizados na liberação total das máscaras no estado. Citando estudos cientí­ficos, o documento diz que “o uso prolongado de máscaras em escolas inviabiliza trocas impor­tantes entre os alunos e destes com os seus professores e traz prejuízos no desenvolvimento sócio-emocional infantil”.

A carta é assinada pelo pre­sidente do Sindicato dos Estabe­lecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), Ben­jamin Ribeiro da Silva, e pela Organização Paulista de Escolas Particulares (Opep), que repre­sentam juntos cerca de dez mil escolas paulistas. Ribeirão Preto tem aproximadamente 300 uni­dades particulares vinculadas às entidades, 3% do total.

“Quem está sentindo o im­pacto dos protocolos na sala de aula com as crianças somos nós. As escolas não podem ficar só esperando o que lhes é impos­to”, diz a representante da Opep e diretora da Senses Montessori School, Mariana Ruske Arantes Pereira. Segundo ela, a ideia é pedir que os ambientes escola­res sejam os primeiros a serem liberados das máscaras quando o cenário epidemiológico per­mitir, caso o governo tenha que fazer escolhas sobre priorização.

“O quanto antes for possível retirar a máscara das crianças, melhor, mesmo que isso custe que os adultos sigam usando mais um tempo”, explica. Nesta terça-feira, 15 de março, a car­ta seria entregue em mãos ao secretário estadual da Educa­ção, Rossieli Soares. Foi ainda encaminhada aos gabinetes do governador João Doria (PSDB) e do secretário de saúde, Jean Carlo Gorinchteyn.

Na semana passada, Doria anunciou a liberação das másca­ras em ambientes abertos, o que incluiu pátios e quadras esporti­vas das escolas. Mas a negocia­ção para que as escolas também flexibilizassem os protocolos não foi fácil. Havia membros do comitê de especialistas que assessoram o governo que acre­ditavam que ainda seria arrisca­do porque só cerca de 20% das crianças tomou a segunda dose.

A carta diz que “a educação não se restringe apenas a troca de conteúdo, mas envolve tam­bém a troca de experiências. É desenvolvimento humano, so­cialização, autoconhecimento”, prejudicados pelo rosto cober­to. Cita ainda que “habilidades linguísticas e fonoarticulató­rias, competências de comu­nicação e todos os demais processos e habilidades de so­cialização são diretamente im­pactados, justamente no período mais sensível de sua formação”.

Na semana passada, Doria também disse que liberaria to­talmente as máscaras no estado em cerca de dez dias se os indi­cadores de casos, internações e mortes continuassem a cair. O grupo, no entanto, teme que a desobrigação nas escolas possa ser protelada depois da polêmi­ca em torno dos espaços aber­tos. Mesmo com a liberação na quarta-feira passada há escolas particulares que ainda não reti­raram as máscaras.

Elas enfrentam resistência de pais ou professores que temem a transmissão. Muitas argumen­tam que não têm ainda a tota­lidade de seus alunos com es­quema de vacinação completo. Segundo os últimos números do Estado, houve queda de 42,2% nos casos de covid ao longo da última semana e de 54% nos últimos 30 dias. As internações pelo coronavírus também caí­ram 28,5% e 76,6% nos mesmos períodos, enquanto os óbitos relacionados à doença diminuí­ram 56% no último mês.

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