Por ser o continente menos habitado do mundo, a Antártida também é o menos poluído, porém, infelizmente, o aumento da presença humana está mudando esse cenário. Elementos como o carbono negro e resíduos resultantes da queima de combustíveis fósseis estão crescendo no continente gelado.
A mínima presença desses elementos, que são chamados de poluição escura, têm impacto significativo no derretimento do gelo na Antártida. E a presença desses elementos tem sido maior em locais onde humanos, como turistas e pesquisadores, passam mais tempo.
Ciclo vicioso
A poluição escura é especialmente grave porque na Antártida, as coisas precisam ter cores claras, para refletir a luz do sol e manter tudo mais fresco. A presença do carbono negro faz com que a luz do sol seja absorvida e aqueça a neve, causando seu derretimento.
E este processo tem repercussões globais, já que a Antártida manda uma quantidade enorme de energia solar de volta para o espaço. Perder cobertura de gelo e neve da Antártida significa um aumento na temperatura do solo e dos oceanos, o que causa ainda mais perda de gelo e neve.
Os pesquisadores recolheram amostras de neve durante quatro anos, no entorno dos locais turísticos, de pesquisa intensa e em outras zonas do continente. Então, descobriram que o carbono negro era muito mais presente nos locais em que a presença humana era maior.
Base argentina é recordista
Os níveis mais altos de carbono negro foram encontrados perto da estação argentina de investigação, na região de Hope Bay, na Península de Trinity, que é próxima a região mais ao norte da Antártida. De acordo com os cientistas, isso acontece mesmo com o uso de combustíveis menos poluentes nos navios.
No verão de 2019 e 2020, mais de 74 mil pessoas foram fazer turismo na Antártida, o que significa um aumento de 32% no comparativo com o verão de 2018 e 2019. No apanhado de uma década, o crescimento do turismo no continente foi de mais de 100%.
Via: CNN Brasil Olhardigital