Um dia depois de a Petrobras anunciar reajuste de 18,7% no preço da gasolina e de 24,9% no do óleo diesel, em suas refinarias, os mais de 200 postos de Ribeirão Preto já estão cobrando mais pelo litro dos derivados de petrólo e também do etanol, que não é administrado pela estatal, mas acompanha os aumentos para evitar explosão da demanda e a consequente falta do produto no mercado.
A Central de Monitoramento do Núcleo Postos Ribeirão Preto, entidade setorial que reúne 85 donos de postos de combustíveis da cidade, estima que o litro da gasolina teve aporte médio de R$ 0,60 e do diesel, de R$ 0,90. Até a tarde de ontem, o repasse nos postos bandeirados estava abaixo destes valores, mas nos sem-bandeira encostou em R$ 0,70 no caso da gasolina. No do diesel, atingiu os R$ 0,90.
O preço médio da gasolina nos postos franqueados agora é de R$ 7 (R$ 6,997), alta de 6,1% em relação aos R$ 6,60 (R$ 6,597) cobrados anteriormente, acréscimo de R$ 0,40. O diesel subiu de R$ 6,10 (R$ 6,097) para R$ 6,50 (R$ 6,497), aumento de 6,6% e aporte de R$ 0,40. O etanol avançou 6,8% e passou de R$ 4,40 (R$ 4,397) para R$ 4,70 (R$ 4,697). São R$ 0,30 a mais.
Nos postos independentes, o preço médio da gasolina saltou de R$ 6,20 (R$ 6,199) para R$ 6,88 (R$ 6,879), aumento de 11% e aporte de R$ 0,68. O etanol passou de R$ 4,08 (R$ 4,079) para R$ 4,48 (R$ 4,479), alta de 9,8% e acréscimo de R$ 0,40. Já o diesel avançou 15,5%, de R$ 5,80 (R$ 5,799) para R$ 6,70 (R$ 6,699). São R$ 0,90 a mais.
A justificativa de distribuidoras e comerciantes é a tensão que o mercado enfrenta devido à guerra entre Rússia e Ucrânia. Com base nos valores de R$ 4,70 para o derivado da cana e de R$ 7 para o do petróleo, a paridade está em 67,1% e é mais vantajoso abastecer com álcool, já que o limite é de 70%.
No ano passado, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço da gasolina avançou 47,49% no país. O etanol acumulava 62,23% de alta no mesmo período, ante 46,04% do diesel.
Em fevereiro, gasolina e etanol apresentaram deflação – os preços caíram, respectivamente, 0,47% e 5,04% – e o diesel subiu 1,65%. No acumulado em doze meses, a gasolina sobe 32,62%, o álcool avança 36,17% e o diesel, 40,54%. No primeiro bimestre de 2022, o etanol tem deflação de 7,73%, o valor da gasolina recua 1,60% e o do diesel sobe 4,07%.
A Petrobras reajustou os preços depois de 57 dias sem aumento, desde 12 de janeiro. O preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passa de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, acréscimo de R$ 0,61. Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da estatal no preço ao consumidor passou de R$ 2,37, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,44 por litro.
Diesel
Para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passou de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, aporte de R$ 0,90. Considerando a mistura obrigatória de 10% de biodiesel e 90% de diesel A para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor subiu de R$ 3,25, em média, para R$ 4,06 a cada litro vendido na bomba. A variação chega a R$ 0,81 por litro.
Gás
A Petrobras também aumentou em 16% o preço do botijão de 13 quilos do gás de cozinha, reduzindo assim a defasagem da estatal em relação ao mercado internacional, que já beirava os 50%. A correção ocorreu depois de 152 dias. Não havia reajuste desde outubro do ano passado. Em Ribeirão Preto, o consumidor vai pagar entre R$ 12 e R$ 15 a mais.
Há locais na cidade onde o produto já custa R$ 115 com a taxa de entrega em domicílio e, com o reajuste anunciado pela Petrobras, saltou para entre R$ 125 e R$ 130. Para compra na revendedora subiu para entre R$ 115 e R$ 120, dependendo da região da cidade. O preço médio de venda do GLP da Petrobras para as distribuidoras passou de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo, equivalente a R$ 58,21 por 13 quilos, R$ 0,62 por quilo ou R$ 8,06 por botijão.
Nos últimos doze meses, até fevereiro deste ano, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço do gás avançou 27,63% no país. No segundo mês de 2022 houve deflação de -0,27%. No bimestre, a inflação é de 0,99%. O acumulado em 2021 ficou em 36,99%.
Valores médios: Ribeirão Preto
Gasolina: R$ 6,584
Gasolina aditivada: R$ 6,596
Etanol: R$ 4,421
Diesel: R$ 6,033
Diesel S10: R$ 6,064
Período: entre 6 e 12 de março
Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
Etanol dispara 8,2% nas usinas
O preço do álcool combustível disparou nas usinas paulistas e registrou a segunda alta semanal consecutiva. Desta vez, o aumento foi de 8,2% e pode ter reflexo nas bombas. O valor do hidratado fechou a semana acima de R$ 3,15, depois de “encostar” nos R$ 3,90 no final de 2021. Saltou de R$ 2,9211 para R$ 3,1606.
O preço do anidro – adicionado à gasolina em até 27% – avançou 3,83%. Fechou a semana acima de R$ 3,30. Passou de R$ 3,2217 para R$ 3,3452. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 11 de março, pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
O levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) já constatou o reajuste de 18,7% no preço da gasolina e de 24,9% no do óleo diesel. A pesquisa foi entre 6 e 12 de março e aponta que os preços subiram na maioria dos mais de 200 postos de Ribeirão Preto.
O preço do litro da gasolina agora custa, em média, R$ 6,584, alta de 5,9% em relação aos R$ 6,219 cobrados até 5 de março. O preço do diesel saltou de R$ 5,511 para R$ 6,033, aumento de 9,5%. Lembrando que estes são os preços médios, ou seja, tem posto cobrando mais ou menos pelo produto.
O preço médio cobrado pelo litro do etanol passou de R$ 4,009 para R$ 4,421, reajuste de 10,3% em relação ao dia 5, depois de chegar a R$ 5,199 em 13 de novembro – o maior valor da história desde que a agência passou a pesquisar preços no município. Parece que a Petrobras corrigiu o valor do derivado da cana-de-açúcar, e não dos de petróleo.
Depois de mais de sete meses, a paridade entre os derivados de cana-de-açúcar e de petróleo voltou a ficar abaixo de 70%. Agora está em 67,1%, depois de passar semanas acima de 80% – chegou a 80,5% no dia 13 de novembro. O preço da gasolina aditivada (R$ 6,596) caiu e o do diesel S-10 (R$ 6,064) subiu.
Gás – Segundo levantamento semanal da ANP, realizado entre 6 e 12 de março, o botijão de 13 quilos do gás de cozinha (GLP-13) vendido em Ribeirão Preto custa, em média, R$ 104,24 (piso de R$ 89 e teto de R$ 114), queda de 0,6% e R$ 0,66 em comparação com os R$ 104,90 (mínimo de R$ 98 e máximo de R$ 110) do dia 5. O reajuste de 16% anunciado pela Petrobras não impactou a pesquisa.