O mercado de imóveis usados da região de Ribeirão Preto viveu em janeiro uma guinada radical, com alteração expressiva tanto no perfil das unidades vendidas quanto na forma pela qual foram feitas as vendas. Em dezembro, 64,29% das casas e apartamentos vendidos enquadraram-se nas faixas de preços até R$ 200 mil, com 83,33% deles financiados por bancos.
Em janeiro, 58,33% custaram aos compradores até R$ 500 mil e apenas 21,43% foram financiados. Segundo pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo com 51 imobiliárias e corretores de Ribeirão Preto e outras nove cidades vizinhas, o percentual de imóveis financiados em janeiro foi o menor registrado desde agosto do ano passado, quando o CreciSP começou a pesquisar o mercado local.
Uma das consequências dessa mudança foi que as vendas caíram 46,13% em janeiro na comparação com dezembro, quando haviam crescido 115,46% frente a novembro. Em contrapartida à queda dos empréstimos bancários, aumentou exponencialmente a participação dos proprietários no “financiamento” aos compradores.
Em janeiro, 50% das casas e apartamentos usados vendidos tiveram o pagamento parcelado por eles, percentual que foi de 11,11% em dezembro. As vendas à vista também cresceram, de 5,56% no último mês do ano passado para 28,57% em janeiro. José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP, comenta.
“Circunstâncias do mercado local podem justificar essa reviravolta na região de Ribeirão Preto, como oportunidade de compra derivada de descontos maiores em alguns tipos de imóveis, ou realocação de capital e poupança investidos em aplicações financeiras para o mercado imobiliário, por exemplo, o que se explica pelo perfil dos imóveis vendidos, em geral mais caros. O normal é que a maioria das vendas seja feita com financiamento.
Além da alta nas faixas de preços dos imóveis mais vendidos de dezembro para janeiro, da média de R$ 200 mil para R$ 500 mil, 46,67% deles estão situados em bairros de regiões nobres, mais valorizados, e 58,33% são do padrão construtivo médio, igualmente de maior preço de mercado. As 51 imobiliárias e corretores venderam em janeiro mais apartamentos (58,33%) do que casas (41,67%) na região de Ribeirão Preto.
Os apartamentos têm dois, três ou quatros dormitórios (33,33% de participação cada no total vendido). Metade deles tem área útil variando de 101 a 200 metros quadrados, 16,67% de 51 a 100 metros quadrados e 33,33% com até 50 m² de espaço aproveitável. Contam com duas vagas de garagem 50% desses imóveis, 33,33% têm uma e 16,67% têm três.
As casas com três dormitórios foram as mais vendidas em janeiro, 66,67% do total, seguidas pelas de dois e de quatro dormitórios (16,67% cada). A área útil de 83,33% dessas residências mede entre 101 e 200 metros quadrados, e das outras 16,67% oscila de 51 a 100 m². Têm duas vagas de garagem 66,67% e três vagas, 33,33%.
Cresceu 61,11% o volume de imóveis alugados em janeiro comparado a dezembro na região de Ribeirão Preto, segundo apurou a pesquisa CreciSP. As 51 imobiliárias e corretores consultados alugaram mais casas (65%) do que apartamentos (35%). O aluguel médio de 70,59% dessas novas locações é de até R$ 1.250.
A maioria, 57,58%, são imóveis situados em bairros de periferia, com os demais distribuídos por bairros das regiões centrais e nobres das cidades (21,21% cada). Metade dessas residências é do padrão construtivo médio, 42,86% são do padrão standard e 7,14% do padrão luxo.
As casas alugadas têm dois dormitórios (54,55%) ou três (45,45%), área útil variando de 51 a 100 metros quadrados (54,55%), de 101 a 200 m² (27,27%) e de 201 a 300 m² (18,18%). As que têm uma vaga de garagem somaram 54,55% e as com duas vagas, 45,45%.
Apartamentos com um dormitório foram os mais alugados, 50% do total, seguidos pelos de três dormitórios (33,33%) e por quitinetes (16,67%). Metade desses imóveis tem área útil de até 50 metros quadrados e metade de 51 a 100 m². A maioria tem uma vaga de garagem (66,67%). A pesquisa CreciSP foi feita nas cidades de Barrinha, Batatais, Brodowski, Cravinhos, Dumont, Jaboticabal, Monte Alto, Pitangueiras, Ribeirão Preto e São Simão.