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Mulheres vitimizadas – Câmara aprova auxílio-aluguel

© Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

A Câmara dos Deputados aprovou na noite de quarta­-feira, 9 de março, projeto de lei que permite a autorização, pela Justiça, para o pagamen­to de aluguel para mulheres vítimas de violência domés­tica e familiar por até seis meses. A proposta segue para análise do Senado.

O texto inclui o pagamento de aluguel como uma das me­didas protetivas previstas na Lei Maria da Penha. A propos­ta estabelece ainda que o valor seja fixado “em função da situ­ação de vulnerabilidade social e econômica” da mulher.

O texto da relatora, depu­tada Lídice da Mata (PSB-BA), prevê que os recursos para o pa­gamento desse auxílio-aluguel virão de dotações orçamentárias do Sistema Único de Assistên­cia Social (Suas). A relatora cita dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021 para justificar a medida.

Os dados indicam que o número de feminicídios ocor­ridos por ano, no Brasil, pas­sou de 929 para 1.350, um au­mento de 45%, no período de 2016 a 2020. O levantamento já considera parte da crise sa­nitária provocada pela pande­mia de covid-19, que agravou o problema.

“É preciso agir para que as mulheres possam ter condições de romper o ciclo de violência provocado por seus cônjuges e companheiros. Desse modo, certamente será possível reduzir o percentual de mulheres víti­mas que nunca denunciam seus agressores, e que chega a 29%”, argumenta a deputada.

Cinco estados registraram, juntos, 409 feminicídios em 2021, ou seja, assassinato de mulheres cometidos em fun­ção da vítima ser do gênero feminino. A constatação é da Rede de Observatórios da Se­gurança, que monitora a vio­lência nos estados de São Pau­lo, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e Ceará.

O boletim “Elas Vivem: da­dos da violência contra mulhe­res”, divulgado nesta quinta­-feira (10), aponta 1.975 casos de violência contra a mulher (incluindo os feminicídios) no ano passado nos cinco estados. Segundo o estudo, um caso de violência contra a mulher é registrado a cada cinco horas e todos os dias uma mulher morre por ser mulher nos es­tados monitorados.

Em 65% dos casos de fe­minicídios e 64% dos casos de agressão, os criminosos são companheiros da vítima. São Paulo teve aumento de 27% de registros em relação ao ano pas­sado e chegou a 929 eventos mo­nitorados: 157 feminicídios, 501 agressões e tentativas de femini­cídios e 97 estupros. Quando a motivação das agressões e mor­tes são informadas, as três maio­res causas apontadas são brigas (28%), término de relaciona­mentos (9%) e ciúmes (8%).

Laqueadura
A Câmara dos Deputados também aprovou, na terça­-feira (8), Dia Internacional da Mulher, um projeto de lei que exclui a necessidade de con­sentimento entre os cônjuges para a esterilização – laquea­dura ou vasectomia – durante a vigência da união conjugal. A proposta segue para aprecia­ção do Senado.

A legislação atual determi­na que, no caso de pessoas ca­sadas, tanto o homem quanto a mulher precisam de consenti­mento para se submeter a pro­cedimentos de esterilização. O projeto de lei propõe acabar com essa exigência para am­bos. “A lei não pode surgir para tutelar e decidir por nós”, disse a relatora da proposta, deputa­da Soraya Santos (PL-RJ).

O texto também diminui de 25 para 21 anos a idade mí­nima a partir da qual é autori­zada a esterilização voluntária, permitindo inclusive a sua rea­lização na mulher logo após o parto. O texto estabelece ainda que a oferta de qualquer méto­do ou técnica de contracepção seja disponibilizada no prazo máximo de 30 dias pelos servi­ços de saúde.

Se aprovada no Senado, a lei vai permitir que a laquea­dura seja feita logo após a mu­lher dar à luz. Para solicitar o procedimento, a interessada deverá manifestar interesse no prazo mínimo de 60 dias an­tes do parto. Atualmente, uma portaria do Ministério da Saú­de proíbe a esterilização du­rante períodos de parto, aborto ou até o 42º dia do pós-parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade.

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