O primeiro homem a receber transplante de coração de porco modificado geneticamente, David Bennett, de 57 anos, morreu dois meses após o procedimento cirúrgico, que aconteceu no dia 7 de janeiro. A equipe médica informou que estava tendo dificuldades de manter o equilíbrio entre a imunossupressão e o controle dos quadros infecciosos que o paciente passou a apresentar.
“Infelizmente múltiplos órgãos começaram a falhar e acho que isso resultou em sua morte”, disse Muhammad M. Mohiuddin, diretor científico do programa de xenotransplante (enxerto entre espécies diferentes) cardíaco da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland (EUA), instituição responsável pela cirurgia inédita.
Conforme informou a equipe médica, o coração transplantado funcionou “muito bem” até os primeiros “45 ou 50 dias”, sem sinal de rejeição. Ainda monitorado na UTI, ele, até mesmo, apareceu cantando em um vídeo, enquanto esperava para ver na TV o Super Bowl (final do campeonato de futebol americano).
Por meio de um canal no YouTube, a universidade americana atualizava sobre o estado de saúde do paciente. Com doença cardíaca terminal, Bennett havia sido considerado inelegível para o transplante de coração convencional ou para receber bomba cardíaca artificial. “Era morrer ou fazer esse transplante”, disse ele, um dia antes da cirurgia. “Sei que é um tiro no escuro, mas é minha última escolha.”