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Rússia abre corredores humanitários

GLEB GARANICH/REUTERS

A Rússia abriu corredo­res humanitários para que as pessoas possam ser re­tiradas de Kiev e de outras quatro cidades ucranianas: Cherhihiv, Kharkiv, Mariu­pol e Sumi, segundo a agên­cia de notícias Interfax, ci­tando o Ministério da Defesa russo nesta terça-feira, 8 de março. Ainda ontem, a Ucrâ­nia começou a retirar civis da cidade de Sumi, no nordeste; e da cidade de Irpin, perto da capital Kiev, disseram autori­dades ucranianas.

O local, perto da fronteira com a Rússia, tem sido palco de violentos combates há vá­rios dias. Pelo menos 21 civis, incluindo duas crianças, fo­ram mortos em um bombar­deio em Sumi na noite desta segunda-feira (7), segundo serviços de emergência ucra­nianos. As retiradas de mora­dores começaram depois que autoridades russas e ucrania­nas concordaram em estabe­lecer “corredores humanitá­rios” para permitir que civis saíssem de algumas cidades sitiadas pelas forças russas.

O Ministério da Defesa acrescentou que as forças rus­sas na Ucrânia introduziram um “regime silencioso” desde o início da manhã de ontem (madrugada de terça-feira no Brasil), informou a Interfax. Muitos já conseguiram escapar nesse período – pelo menos dois milhões de pessoas – no que as Nações Unidas descre­veram como a crise de refu­giados que mais cresce desde a Segunda Guerra Mundial.

A grande maioria dos que correm para a segurança, de acordo com a ONU, são mulhe­res e crianças. “Já começamos a retirada de civis de Sumi para Poltava (no centro da Ucrânia), incluindo estudantes estran­geiros”, disse o Ministério das Relações Exteriores, em um tuíte. “Pedimos à Rússia que concorde com outros corredo­res humanitários na Ucrânia”.

Crise de refugiados
Após a primeira onda de refugiados da Ucrânia, é pro­vável que haja uma segunda onda composta por refugia­dos mais vulneráveis, disse o chefe da agência de refugiados da ONU nesta terça-feira. “Se a guerra continuar, começa­remos a ver pessoas sem re­cursos e sem conexões”, disse o chefe do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Filippo Grandi, em entrevista coletiva.

“Essa será uma situação mais complexa de gerenciar para os países europeus daqui para frente, e será necessário haver ainda mais solidarieda­de de todos na Europa e além”, disse ele. O ministro das Re­lações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, e o homólogo ucraniano, Dmitro Kuleba, concordaram em se reunir em um fórum no sul da Turquia nesta quinta-feira (10), no que pode ser a primeira conversa entre os chefes das diplomacias dos dois países desde o come­ço da invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Negociações
Representantes dos gover­nos russo e ucraniano reuni­dos em Belarus concluíram a terceira rodada de negocia­ções na segunda-feira, sem al­cançar avanços significativos. De acordo com o negociador ucraniano Mikhailo Podoliak, as conversas tiveram pequenos avanços na melhoria da logís­tica dos corredores humanitá­rios. Houve discussões sobre um cessar-fogo e garantias de segurança para a retirada de civis, mas ainda não há resul­tados que melhorem significa­tivamente a situação.

Sanções e ajuda
O Banco Mundial anun­ciou um pacote de US$ 723 milhões em apoio financeiro à Ucrânia, na esteira da ofensiva militar russa no país. O valor total inclui uma linha de em­préstimo de US$ 350 milhões já anunciada, elevada em cerca de US$ 139 milhões por garan­tias de Holanda e Suécia. Rei­no Unido, Dinamarca, Letônia, Lituânia e Islândia contribuíram com US$ 134 milhões até o momento, enquanto Japão forneceu US$ 100 milhões em financiamento paralelo.

O Banco Mundial afir­mou que prepara um pacote de US$ 3 bilhões ao país nos próximos meses, com dinhei­ro direcionado também às nações vizinhas que recebem refugiados. Já a Organização para Cooperação e Desenvol­vimento Econômico (OCDE) decidiu “suspender de ime­diato” a participação de Rús­sia e Belarus em todos os ór­gãos da entidade.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, discur­sou nesta terça-feira no Par­lamento britânico, ocasião na qual pediu que o Reino Uni­do aumente as sanções contra a Rússia em virtude da inva­são de seu país. O ucrania­no se disse grato ao primei­ro-ministro britânico, Boris Johnson, pela postura recente no conflito, e pediu ainda que a Rússia seja indicada como um país terrorista.

Petróleo
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a suspensão das importações de petróleo da Rússia. Biden reconheceu que muitos países aliados, devido à dependência energética, podem não ser ca­pazes de tomar medidas pare­cidas. É um duro golpe para o regime de Vladimir Putin.

“Os Estados Unidos pro­duzem muito mais petróleo domesticamente do que todos os países europeus juntos. Na verdade, somos também ex­portadores, então podemos assumir essa medida, outros não podem. Estamos traba­lhando também com parcei­ros europeus para reduzir a dependência da energia rus­sa”, afirmou Biden.

Fast-food
Deus me livre de ser russo numa hora dessas. As gigan­tes norte-americanas de be­bidas Coca-cola e Starbucks seguiram a rede de fast-food McDonald’s e decidiram sus­pender operações na Rússia. O movimento amplia ainda mais a lista de empresas que cance­laram Moscou após os ataques à Ucrânia. Sem “jesus-me-cha­ma” ninguém tem paz.

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