A agência espacial norte-americana (Nasa) e o Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins anunciaram o “batismo” de três regiões de Arrokoth, um dos muitos objetos além da órbita de Netuno, que foi visitado pela sonda New Horizons em 2019.
Arrokoth orbita o Sol no Cinturão de Kuiper, mais de 1,6 bilhão de km além de Plutão e cerca de 6,4 bilhões de km da Terra. Objeto mais distante já explorado por uma espaçonave, ele é um asteroide binário de 35 quilômetros de comprimento que consiste em um lóbulo grande e plano conectado a um lóbulo menor e mais arredondado, o que lhe dá a aparência de um “Boneco de Neve”, um de seus apelidos.
Nada parecido foi visto em qualquer lugar do sistema solar, e o primeiro “close” fornecido pela New Horizons em janeiro de 2019 rendeu uma série de imagens e dados que estão ajudando os cientistas a entender como planetesimais como Arrokoth – que são os blocos de construção dos planetas – se formam.
A análise científica de Arrokoth é focada em três regiões principais, por isso nada mais natural do que nomeá-las para facilitar a comunicação. Uma área quase circular no “lóbulo” maior foi batizada de Ka’an, que significa “céu” na linguagem Maia Yucatec, que ainda é falada em Belize e partes da península de Yucatan, no México.
A palavra é similar a “Kan”, que significa cobra no mesmo idioma, e ambas são derivadas da palavra Maia “chan”. Não é uma coincidência: “As pinturas maias geralmente mostram uma cobra se arqueando sobre a cena, representando o céu ou o paraíso”, disse Mark Showalter, co-investigador da New Horizons do Instituto SETI e presidente do Grupo de Trabalho de Nomenclatura da missão. “Então, achamos apropriado usar ‘Ka’an’ para esta característica proeminente em forma de arco em Arrokoth.”
O “pescoço” que liga os dois lóbulos foi batizado de “Akasa”, que significa “céu” no idioma Bengali. Por fim, uma grande cratera no lóbulo menor, com áreas brilhantes em seu fundo, recebeu o nome de “Sky”, céu em inglês.
A espaçonave New Horizons permanece saudável enquanto continua sua exploração do Cinturão de Kuiper e da heliosfera externa. A espaçonave está a cerca de 7,8 bilhões de quilômetros de casa – mais de 52 vezes mais longe do Sol do que a Terra – em uma região onde um sinal de rádio, mesmo viajando na velocidade da luz, precisa de mais de sete horas para chegar até nós.
Via Olhardigital