O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em que o governo federal planeja trazer de volta ao país parte dos brasileiros que deixaram a Ucrânia para escapar das consequências da invasão militar russa decolou na tarde desta segunda-feira, 7 de março, da Base Aérea de Brasília com destino a Varsóvia, na Polônia.
O cargueiro KC-390 Millennium partiu às 15h15, carregado com cerca de 11,5 toneladas de medicamentos, alimentos e itens de primeira necessidade, que serão doados pelo Brasil para auxílio humanitário às vítimas da guerra. A aeronave deve chegar à capital polonesa na quarta-feira (9), após fazer paradas técnicas em Recife, Cabo Verde e Lisboa (Portugal).
Na volta, prevista para ocorrer já na quinta-feira (10), trará ao menos 40 brasileiros, 23 cidadãos ucranianos e um polonês que estão sob cuidados do corpo diplomático brasileiro, além de seis cães. Participam da missão de resgate, batizada de Operação Repatriação e coordenada pelo ministério das Relações Exteriores, 16 tripulantes.
Pouco antes da decolagem, o ministro da Defesa, Braga Netto, comentou que, desde o início do conflito armado, há doze dias, o governo federal vem tomando medidas para proteger e auxiliar os brasileiros na região. Já o jogador de futebol Daniel Jesus, de Ribeirão Preto, deixou a Ucrânia no sábado (5) e deve desembarcar em São Paulo nesta terça-feira (8).
O papa Francisco rejeitou no domingo (6) o uso do termo “operação militar especial” pela Rússia para a invasão da Ucrânia, dizendo que o país está sendo atingido por uma guerra e pedindo o fim imediato dos combates. “Na Ucrânia, correm rios de sangue e lágrimas. Esta não é apenas uma operação militar, mas uma guerra que semeia morte, destruição e miséria”, disse o papa em seu discurso semanal às multidões reunidas na Praça de São Pedro.
Os comentários foram os mais fortes que o papa já fez sobre o conflito no país, embora, como tem acontecido durante todo o conflito, ele não tenha condenado nominalmente a Rússia. Ele repetiu seu apelo à paz, à criação de corredores humanitários e ao retorno das negociações. “Nesse país martirizado, a necessidade de assistência humanitária está crescendo a cada hora”, disse o papa, falando de uma janela com vista para a praça. “A guerra é uma loucura, por favor, pare.”