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Rússia e Ucrânia vão discutir cessar-fogo

MIKHAIL PALINCHAK/REUTERS

Autoridades ucranianas afir­maram que uma fábrica de pães foi atingida por um ataque aéreo da Rússia nesta segunda-feira, 7 de março, enquanto os ne­gociadores do país se reuniam para discussões com autorida­des russas, após rodadas ante­riores não terem gerado uma pausa no conflito. Os corpos de pelo menos 13 civis foram recuperados dos escombros, após a fábrica na cidade de Makariv, na região de Kiev, ter sido atingida, disseram servi­ços locais de emergência.

Ataque a Kiev
Cinco pessoas foram res­gatadas, das 30 que estariam no local naquele momento. O Estado-Maior das Forças Ar­madas da Ucrânia disse que as forças russas estavam “co­meçando a acumular recursos para atacar Kiev”, cidade com mais de três milhões de habi­tantes, após dias de progresso lento em sua principal frente, partindo do sul de Belarus.

A Rússia havia oferecido rotas de fuga aos ucranianos para a Rússia e Belarus, sua aliada próxima, nesta segun­da-feira, após tentativas de cessar fogo para a retirada de pessoas ao longo do fim de semana terem falhado. Na ci­dade portuária sitiada de Ma­riupol, centenas de milhares de pessoas continuam presas, sem comida e água, e sob bombar­deios regulares.

Refugiados
Um negociador ucraniano pediu que a Rússia pare o seu ataque à Ucrânia, que, segun­do a Organização das Nações Unidas (ONU), fez com que 1,7 milhão de pessoas fugissem para a Europa Central. Um total de 1.735.068 civis – a maioria mulheres e crianças, já que os homens ficaram no país para lu­tar – cruzaram a fronteira para a Europa Central, disse o Alto-co­missariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

Encontro na Turquia
O ministro das Relações Ex­teriores da Rússia, Serguei La­vrov, e o homólogo ucraniano, Dmitro Kuleba, concordaram em se reunir em um fórum no sul da Turquia na quinta-feira (10), no que pode ser a primei­ra conversa entre os chefes das diplomacias dos dois países des­de o começo da invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Mevlut Cavusoglu, ministro das Relações Exteriores da Tur­quia, fez o anúncio nesta segun­da-feira e disse que participaria da reunião na cidade turística de Antália. O plano foi confirma­do pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia. A Tur­quia, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que compartilha uma fronteira marítima com a Rússia e a Ucrânia no Mar Negro, es­tava oferecendo uma mediação entre os lados.

Negociação
Ancara tem boas relações com Moscou e Kiev, e ao mes­mo tempo que chamou a ação militar da Rússia de inaceitável, opôs-se às sanções contra o país. Cavusoglu disse que em uma ligação com o presidente russo, Vladimir Putin, no domingo (6), o presidente Recep Tayyip Erdogan repetiu a oferta da Tur­quia para sediar a reunião, o que foi aceito por Lavrov mais tarde.

Ao estabelecer relações es­treitas com a Rússia em matéria de defesa, comércio e energia, recebendo milhões de turistas russos todos os anos, a Turquia também vendeu drones para a Ucrânia, irritando Moscou. Ancara também se opõe às po­líticas russas na Síria e na Líbia, e também se opôs à anexação da Crimeia da Ucrânia pela Rússia em 2014.

Haia
Ainda ontem, aconteceu, em Haia, nos Países Baixos, uma au­diência na Corte Internacional de Justiça sobre a guerra na Ucrâ­nia. A delegação russa não com­pareceu. Ucranianos disseram que “assentos vazios dizem mui­to”. Ausência da Rússia também foi criticada por Joan Donoghue, presidente do tribunal, principal órgão judiciário da ONU.

Em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse à Reuters que o governo russo interromperia as operações se a Ucrânia parasse de lutar, alterasse sua Constituição para declarar neutralidade e reconhecesse a anexação da Crimeia pela Rússia e a independência de regiões to­madas por separatistas apoiados pelos russos.

Imoral
Um porta-voz do presi­dente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que a proposta da Rússia era “completamente imoral”. “Eles são cidadãos da Ucrânia, eles deveriam ter o di­reito de ir para o território da Ucrânia”, disse o porta-voz. A Rússia nega estar deliberada­mente tentando atingir civis.

Representantes dos gover­nos russo e ucraniano reuni­dos em Belarus concluíram a terceira rodada de negociações nesta segunda-feira, sem al­cançar avanços significativos. De acordo com o negociador ucraniano Mykhailo Podolyak, as conversas tiveram pequenos avanços na melhoria da logís­tica dos corredores humanitá­rios. Houve discussões sobre um cessar-fogo e garantias de segurança para a retirada de civis, mas ainda não há resul­tados que melhorem significa­tivamente a situação.

Danos de US$ 10 bilhões
A Ucrânia sofreu cerca de US$ 10 bilhões em danos à sua infraestrutura desde que a Rússia invadiu o país, disse nesta segunda-feira (7) o mi­nistro de Infraestrutura ucra­niano, Oleksander Kubrakov. “A maioria das estruturas (da­nificadas) será reparada em um ano, e as mais difíceis em dois anos”.

Kubrakov disse que 40.000 pessoas haviam sido retiradas da cidade de Kharkiv, no les­te do país, no domingo. Mas a Ucrânia apelou à Rússia para que deixasse os civis sa­írem de outras cidades e um funcionário do Ministério do Interior, Vadym Denysenko, disse que 4.000 civis ainda precisavam ser retirados da periferia da capital Kiev.

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