Tribuna Ribeirão
Geral

Capitólio: inquérito aponta erosão natural

DIVULGAÇÃO/CBMMG

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito sobre a tragédia em Capitólio (MG) e anunciou nesta sex­ta-feira, 4 de março, que não haverá indiciamentos. Estu­dos técnicos apontaram que a queda do bloco de rocha no lago de Furnas se deu como desdobramento de eventos naturais, sem influência da ação humana.

Segundo as investigações, houve um processo geológico de remodelamento de relevo que é comum na região, o que torna possível que outras rupturas venham a ocorrer. Para aumentar a segurança nas atividades turísticas, a Polícia Civil elaborou dez su­gestões que integram o rela­tório final do inquérito.

A tragédia ocorreu no dia 8 de janeiro deste ano. O blo­co se desprendeu por volta de 12h30, despencando no cânion do Lago de Furnas, uma das principais atrações turísticas da região. Rapida­mente imagens gravadas por quem estava em embarcações menos afetadas invadiram as redes sociais.

O episódio causou a mor­te do piloto e de nove turistas que estavam em uma lancha fortemente atingida. Outras 27 pessoas ficaram feridas. Desde o dia do desastre os passeios de lancha estão suspensos. O in­quérito da Polícia Civil foi con­duzido pelo delegado regional da cidade de Passos (MG), Marcos Pimenta.

Ele explicou que irregula­ridades nas atividades desen­volvidas no cânion também foram identificadas. No entan­to, elas não têm nexo causal com a queda do bloco. Entre as irregularidades encontradas está a ausência do pier de fis­calização, previsto em decreto da prefeitura que permitia a li­beração de 40 embarcações na área do cânion.

A estrutura teria desapa­recido por ação de vândalos e não foi recuperada. No entan­to, a Polícia Civil entende não haver relação entre essa situa­ção e a tragédia. No dia da que­da do bloco, havia oito embar­cações e uma moto aquática na área do cânion.

Outro problema identifica­do envolve a perfuração de um poço por uma empresa que atua na região. O procedimen­to foi solicitado ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e o órgão deu a auto­rização, com um limite de 80 metros de profundidade.

Porém, sem comunicação prévia, a perfuração foi realiza­da por uma empresa com um Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) diferente do informado e se estendeu até 288 metros. Ainda assim, o estudo geológico não apontou nenhuma conexão entre o pro­cedimento e o desprendimen­to da rocha.

Nos próximos dias, o in­quérito da Polícia Civil será remetido ao Tribunal de Jus­tiça de Minas Gerais (TJMG). Embora a tragédia tenha sido apontada como um evento na­tural sem responsabilidade hu­mana, foram listadas diversas sugestões que serão também compartilhadas com o Minis­tério Público Federal (MPF), com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com a Marinha e com diferentes órgãos públicos. O objetivo é contribuir para a melhoria da segurança em Capitólio.

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