Tribuna Ribeirão
Esportes

Vitor Pereira mostra ambição ao assumir o Corinthians: ‘Gosto de ganhar, sempre’

RODRIGO COCA/AG. CORINTHIANS

Vitor Pereira foi, final­mente, apresentado no Co­rinthians. No Brasil há uma semana, o português chegou mostrando conhecimento da equipe, prometendo armar um time “confortável em campo” e sem esconder seu lado explosivo. O treinador comparou os estádios com arenas e se definiu um “ani­mal competitivo” que não deixa jamais de ser um gla­diador com seus oponentes. Ambicioso, ele garantiu que aprendeu desde pequeno a lutar pelas conquistas e que não facilita nem em brinca­deira com os filhos. “Quero vencer, sempre.”

“Fui um atleta de perso­nalidade, mas do lado pessoal sou de relacionamento fácil, alguém que trabalha no dia a dia. Venho de origem humil­de e sou de fácil acesso. Gosto da privacidade, cheguei e tive muito o que estudar, muito para ver, muito treino e mui­to jogador para ver… Por isso demorei a falar”, explicou na coletiva de apresentação.

Sobre o lado explosivo, disse que o amor pela profis­são mexe com seus sentimen­tos à beira do campo. “Tenho uma paixão enorme, que me transforma em um animal competitivo. Quero ganhar, sempre. Costumo dizer que nem meus filhos deixo ga­nhar, não vou facilitar para perder, isso não é educação”, discursou. E foi além.

“Aprendi que a vida é competir desde criança, sou muito competitivo e emotivo. Quando se junta na mesma pessoa o ambiente de pai­xão como é o futebol, com emoção e a competitividade, ultrapasso o desequilíbrio às vezes. Na arena, sou gladia­dor, mas depois, feito o traba­lho, acabou, sou o Vitor, uma pessoa tranquila. Sou tran­quilo, com valores morais. Fundamentalmente, quem me desrespeita em valores, aí sim reajo mal. Fui educado com valores muito marcados de respeito, honestidade e verdade. Toda falta de caráter me choca e me torna reativo. Quando não me respeitam, aí viro o bicho”, admitiu.

A experiência adquirida ao longo da carreira, porém, já o faz saber ligar com os nervos, garante. “Estou com mais experiência, consigo perceber que a intenção é mesmo a provocação e con­sigo lidar.”

Diferentemente do ante­cessor Sylvinho, Vitor Pereira chegou prometendo inovar na maneira de a equipe atuar e sem ficar pragmática com apenas um esquema de jogo. A ideia é que “os jogadores fiquem con­fortáveis no estilo de jogo.” Ape­sar de gostar do 4-3-3, Vitor Pe­reira explicou que em campo o time pode variar para um 3-5-2 ou mesmo um 4-5-1, sem per­der sua objetividade.

“Comigo é tudo possível. Eu posso pegar num 4-3-3 e posso atacar em uma outra di­nâmica, projetar só um lateral, abrindo um extremo do lado contrário. Daí já atacamos em um sistema diferente. Contra uma equipe muito alargada (espaçada), peço para o extre­mo fechar, daí muda para 5-4- 1. Os sistemas são só ponto de partida. Futebol não tem mais o mesmo esquema do início ao fim, se transformou pela dinâmica no jogo.”

Vitor Pereira até brin­cou sobre como está sendo tratado pelos torcedores e garantiu, que com respeito, pode ser chamado de como os corintianos quiserem. Ele virou VP, VP da Fiel, Vitão. “Podem me chamar do que quiser, sendo com respeito. Vitor, Vitor Pereira, Vitão, se ganharmos. Se perdemos é Vitinho”, se divertiu.

O português elogiou o elenco, ressaltou a persona­lidade dos jogadores, como Paulinho e Renato Augusto, mas fez um alerta: “Ganha­ram está no passado. Deve­mos seguir lutando para ga­nhar”, disse. “O elenco tem sempre de provar. No passa­do também ganhei e quero continuar ganhando. O de­safio é diário. O que nos faz andar, correr, é ganhar, esse espírito que quero na equipe.”

Apesar disso, exaltou a personalidade encontrada no time do Corinthians. “Temos gente na equipe que nos jogos que precisam mostrar, não tremem, querem bola e assu­mem a responsabilidade. Isso é importante. Paulinho real­mente fazia muita diferença na China, mas fui campeão contra ele lá. Já tinha admi­ração por ele na China, senti várias vezes que tinha caráter, é um atleta que não consegue jogar mal e quando você pre­cisa ele assume e aparece nos grandes jogos, Renato tam­bém faz muito isso.”

Sempre pronto para uma boa resposta, Vitor Pereira “pipocou” apenas quando questionado se está na hora de um estrangeiro assumir o comando da seleção bra­sileira. Tite já anunciou que sai no fim do ano. “Cheguei há poucos dias, não me meta nesta confusão, primeira vez no Brasil, tenho de estudar muitas equipes, jogadores… Me dá um tempo e depois dou uma resposta.”

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