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Câmara recebe ‘Lei do Solo’

GUILHERME SIRCILI

Na semana passada, a pre­feitura de Ribeirão Preto pro­tocolou na Câmara de Ve­readores o projeto da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupa­ção do Solo, uma das princi­pais peças complementares ao Plano Diretor. O documento com 301 artigos foi entregue ao presidente do Legislativo, Alessandro Maraca (MDB).

A peça foi levada à Câmara pelo vice-prefeito e secretário de Planejamento e Desenvolvi­mento Urbano, Daniel Gobbi (PP), acompanhado pelo se­cretário da Casa Civil, Ricardo Aguiar, e de seu adjunto, Rene Scatena. O encontro ocorreu na sexta-feira, 25 de fevereiro.

O documento agora segue para apreciação do Legislativo para novas análises técnicas e audiências públicas, e em se­guida, para votação dos verea­dores. Segundo Daniel Gobbi, a popular “Lei do Solo” é fru­to de muito trabalho técnico, com equilíbrio entre as princi­pais demandas da cidade.

“Precisamos fortalecer o de­senvolvimento sustentável de Ribeirão Preto, com geração de emprego e de renda, e com res­peito ao meio ambiente. Somos polo e referência em vários seg­mentos, como o logístico, de saúde e educacional, e temos o compromisso de atrair novos in­vestimentos, indústrias e empre­sas para a cidade”, destaca.

O trabalho de revisão e de produção dos novos textos da Lei de Parcelamento, Uso e Ocu­pação do Solo foi iniciado em março de 2019. A prefeitura rea­lizou cerca de cinco mil horas de discussões técnicas, além de 13 audiências públicas, com mais de 600 contribuições da socie­dade, entidades de classe, asso­ciações e da população em geral.

A equipe técnica promoveu um trabalho preciso de qualifica­ção das sugestões, das quais cou­beram incorporações aos textos da lei. “A Lei de Uso e Ocupação de Solo é a mais importante do Plano Diretor. É ela que vai guiar para onde a cidade quer crescer e se a cidade quer crescer com qualidade de vida para todos os cidadãos”, diz Maraca.

“Nós precisamos agora aproveitar esse momento para estudar o projeto. As comis­sões da Câmara Municipal devem avaliar o projeto em conjunto com suas assessorias e também precisamos ouvir os cidadãos. A Câmara deve rea­lizar audiências públicas antes de votar a Lei de Uso e Ocupa­ção de Solo, garantindo assim a participação popular.”

Regramento da cidade
A peça complementa o Pla­no Diretor do município e trata de regras, parâmetros e normati­vos que regulam o parcelamento do solo em Ribeirão Preto na produção de loteamentos, des­membramentos e desdobros de grandes áreas não urbanizadas.

Trata também das regras do uso do solo definindo “o quê” e “onde” se podem implantar de­terminadas atividades na cidade, tais como residências, comércios, indústrias e a maneira como se re­lacionam (zoneamento urbanís­tico). Por fim, regula a ocupação do solo na cidade, definindo os gabaritos, as densidades popu­lacionais, os recuos e as taxas de ocupação dos lotes.

É uma das onze leis com­plementares do Plano Diretor do Município, que desde 2018 estão sendo revisadas. Eram 13 na época, mas houve mudanças. Entende-se que a consolida­ção de todos esses parâmetros traçados possibilitará o cresci­mento físico ordenado do mu­nicípio e o desenvolvimento social, ambiental e econômico.

Plano Diretor tem 11 leis complementares
Das onze leis complementares que compõem o Plano Diretor, ainda estão em fase de discussão o Plano de Saneamento Básico, o Plano Municipal de Educação e o Código Municipal do Meio Ambiente. Seguem em análise na Câmara o Plano de Mobilidade, o Código de Posturas Municipais, o Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS) e, agora, a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo.

Já foram aprovadas pelos vereadores e sancionadas pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB) as leis do Plano Municipal de Turismo, a Lei de Habitação de Interesse Social (HIS), o Código Sanitário e o Código de Obras. Em 27 de abril de 2018, o chefe do Executivo sancionou a lei complementar nº 2.866/2018, que instituiu a revisão do Plano Diretor do Município.

A revisão e a atualização do Plano Diretor ocorreram após quase 23 anos de vigência da legislação anterior. Naquele 27 de abril de 2018, Duarte Nogueira sancionou a revisão aprovada pela Câmara de Vereadores e encaminhou o cronograma de trabalho para que as legislações complementares e planos setoriais de regulamentação fossem concluídos até abril de 2019.

Porém, isso não foi possível. Antes, a última revisão do Plano Diretor havia sido feita quase 20 anos atrás, em 2003, com base em projeto original de 1995. O objetivo da prefeitura era cumprir todas as etapas para implantação das matérias até abril de 2019, o que não ocorreu.

A situação das onze leis complementares
– Leis em discussão
Plano de Saneamento Básico
Plano Municipal de Educação
Código Municipal do Meio Ambiente

– Projetos em apreciação na Câmara
Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo
Plano de Mobilidade
Código de Posturas Municipais
Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS)

– Leis aprovadas e sancionadas
Plano Municipal de Turismo
Lei de Habitação de Interesse Social (HIS)
Código Sanitário
Código de Obras

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