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Estudo avalia efetividade de vacinas

ALFREDO RISK

Pesquisadores brasileiros vão avaliar a efetividade das vacinas contra covid-19 em Ribeirão Preto, ou seja, pretendem anali­sar como os imunizantes impac­taram para reduzir a incidência de contágios por coronavírus na cidade. A estimativa é que parti­cipem 2.400 moradores maiores de 18 anos que apresentaram sintomas respiratórios e foram atendidos em alguma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município.

O grupo de pesquisadores entrará em contato no telefone fornecido durante o atendi­mento e terá a possibilidade de aceitar ou recusar a participação. Será avaliada a efetividade das vacinas Coronavac/Butantan/ Sinovac e AstraZeneca/Fiocruz/ Oxford, em uso contra a co­vid-19 na população da cidade.

Entrevistas
Os pesquisadores estimam que esses 2.400 moradores se­jam entrevistados por telefone ou presencialmente. Deste to­tal, 1.800 devem ter tomado a vacina produzida pelo Institu­to Butantan e 600 a fabricada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Cerca de 300 pesso­as já foram ouvidas nas portas das UPAs desde setembro do ano passado.

Além disso, algumas visi­tas serão feitas nas casas dos participantes, mas todos os profissionais estarão identifi­cados com crachás, camisetas do projeto e carros personali­zados. Não haverá novos testes ou consultas médicas. As in­formações serão colhidas, ape­nas, por meio de entrevistas.

Sigilo
Todos os dados dos volun­tários serão mantidos em sigilo pelos pesquisadores. A expec­tativa é que em quatro meses a pesquisa de campo seja finali­zada, para que, depois, iniciem­-se os trabalhos de análise dos dados. Os primeiros resultados preliminares devem ser divulga­dos ainda no primeiro semestre.

O estudo será realizado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e pelo Instituto de Medicina Tropical, ambos da Universidade de São Paulo (USP); Faculdade de Ci­ências Médicas da Santa Casa de São Paulo; pela Irmandade da Santa Casa de Misericór­dia de São Paulo; pelo Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão (Cealag); e pela Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto com finan­ciamento do Magazine Luiza.

Eficácia
“A eficácia é calculada em es­tudos clínicos, comparando um grupo de voluntários que rece­beram a vacina com outro gru­po que recebeu um placebo, em condições ideais. A efetividade, por sua vez, mostra se a vacina funciona bem ou não em con­dições reais fora de um estudo clínico, e só pode ser calculada após o início da vacinação da população”, explica o professor Edson Zangiacomi Martinez, da FMRP, e um dos coordenadores do trabalho na cidade.

“Se a pessoa disser que não quer participar, sua decisão será respeitada e nenhum de seus dados serão usados. Se aceitar, não passará por nenhum tipo de exame e apenas responderá perguntas sobre a vacinação e os sintomas e complicações relacio­nados à covid-19 e, quando os resultados da pesquisa forem divulgados, nenhuma pessoa participante será identificada, de forma que a participação é confidencial”, esclarece.

Dúvidas
Dúvidas sobre a pesquisa poderão ser tiradas pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (16) 3602-2569. O secretário da Saúde de Ribei­rão Preto, José Carlos Moura, explica que o estudo vai ampliar o conhecimento e entendimen­to do impacto das vacinas na população da cidade e norteará melhor o controle da doença.

“As respostas obtidas a partir desse estudo trarão, para a Se­cretaria da Saúde, informações e subsídios científicos impor­tantes que conduzirão melhor o combate à pandemia em Ri­beirão Preto”. A efetividade é o impacto dos imunizantes em condições reais, ou seja, no dia a dia. É um estudo diferente da eficácia, que compara, em labo­ratório, um grupo que recebeu vacina com outro grupo que re­cebeu placebo.

O objetivo é descobrir como as vacinas atuaram na redução de casos de coronavírus na ci­dade e de outros índices, como mortes e internações, segundo Paulo Carrara, médico da Fa­culdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Além de Ribeirão Preto, o estudo ocorre em Campinas (SP), Ara­raquara (SP) e Brasília (DF).

Vacinação
Segundo o “Vacinômetro”, ferramenta digital desenvolvida pela Secretaria de Comunicação em parceria com a Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), até as 16h30 desta sexta-feira, 25 de fevereiro, Ribeirão Preto ha­via aplicado 1.484.954 doses de vacinas contra a covid-19.

De acordo com a plataforma, 599.863 pessoas haviam recebido a primeira carga, 531.890 a segun­da, 332.474 a de reforço e 20.727, a dose única. Nesta sexta-feira, a Secretaria Municipal da Saúde também divulgou balanço sobre a vacinação na cidade.

A cobertura vacinal contra a covid-19 em Ribeirão Preto era de 89% da população com a pri­meira dose (incluindo as crian­ças de 5 a 11 anos, totalizando 622.023) e 76% com a segunda (530.855). Outros 61% dos ri­beirão-pretanos receberam a terceira carga (329.784).

Com o início da vacinação infantil, o público-alvo subiu de 646.326 para 702.573 pesso­as, 56.247 a mais. Ribeirão Pre­to recebeu mais 20.000 doses de vacinas contra a covid-19 no dia 10 de fevereiro. O nú­mero de doses enviadas para a cidade saltou de 1.649.833 uni­dades para 1.669.833.

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