Tribuna Ribeirão
Economia

Brasil pode abrir 700 mil vagas temporárias

MARCELO CAMARGO/AG.BR

O trabalho temporário – previsto nos termos da lei fe­deral número 6.019/74 e pelo decreto nº 10.854/2021 – segue com seu importante papel de ser solução para as empresas atenderem suas demandas e ajudar o Brasil no combate ao desemprego. A Associação Brasileira do Trabalho Tem­porário (Asserttem) estima a criação de mais de 700 mil vagas temporárias no primei­ro trimestre de 2022.

“Nossa expectativa para os primeiros três meses do ano é boa, sendo que as contratações serão puxadas pela Páscoa, redução da inflação e a queda do dólar. Estes são os fatores que impulsionarão o Trabalho Temporário nos meses de ja­neiro, fevereiro e março”, afir­ma o presidente da Assert­tem, Marcos de Abreu.

Porém, a associação segue cautelosa em suas projeções, já que também espera um decréscimo nas contratações pela indústria em fevereiro e março. “Além disso, ainda se encontra dificuldade em encontrar mão-de-obra nos pequenos municípios brasi­leiros, dificultando as contra­tações temporárias”, frisa.

Páscoa
Tradicionalmente, as da­tas sazonais impulsionam as contratações temporárias em todos os setores. Segun­do a Asserttem, em 2022, a Páscoa vai surpreender positivamente por causa da aceleração da indústria de chocolate desde dezembro do ano passado. Tanto que a associação prevê que a data movimente cerca de 14 mil vagas temporárias neste pri­meiro trimestre do ano.

Janeiro surpreendente
O mês de janeiro deste ano gerou 202.220 mil vagas temporárias, um aumento de 13,2% em comparação com o mesmo período de 2021, e o melhor resultado para o mês desde o início da série his­tórica, em 2014. “Este resul­tado foi uma grata surpresa, pois estávamos cautelosos de como seria o resultado deste primeiro trimestre e vimos que ele deve surpreender po­sitivamente se tomarmos ja­neiro como base”, diz Abreu.

De acordo com a Assert­tem, o destaque nas contrata­ções de janeiro foi o setor de Serviços. No mês, o setor da Indústria foi responsável por 55% das contratações tempo­rárias, seguido pelo de Servi­ços (35%) e Comércio (10%). “Prevíamos uma redução nas contratações devido à pande­mia e inflação. Mas, nenhum desses fatores foram suficien­tes para segurar as contrata­ções temporárias no mês de janeiro”, explica o presidente da associação.

“Os fatores climáticos an­teciparam a colheita de soja, o que impactou nas contrata­ções da indústria de alimen­tos. Além disso, a melhoria na recepção de componentes importados da China libe­rou a indústria para produzir neste período do ano” com­pleta. Para a associação, está claro que as empresas têm se apoiado na modalidade do trabalho temporário para se manterem fortes no mercado e atenderem suas demandas.

Mas, sem os altos custos de contratos pela Consoli­dação das Leis do Trabalho (CLT). “O trabalho temporá­rio confere a elas, neste mo­mento, o que precisam que é flexibilidade de gestão, por sua rapidez, eficiência e se­gurança econômica e jurídica tanto para as empresas quan­to para os trabalhadores”, re­força Abreu.

Tanto é que na modalida­de do trabalho temporário, a empresa com a necessidade transitória arca com a folha de salário e a previdência so­cial do trabalhador, que tem custo menor do que no regi­me CLT. “Cabendo à agen­cia de trabalho temporário apenas a intermediação da contratação entre empresa e trabalhador”, orienta.

Por fim, Abreu destaca a importância da modalidade no combate ao desemprego. “O Brasil abriu 2,7 milhões de postos de trabalho com carteira assinada em 2021, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e De­sempregados (Caged). Destes, cerca de 594 mil passaram pela modalidade do trabalho temporário antes de serem efetivados. Um número ex­pressivo”, conclui.

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