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Cuide bem dos seus ouvidos – compensa

Assim como a visão é o órgãos dos sentidos capaz de colocar a pes­soa em contato com o mundo, esse contato só se completa, isto é, só fica efetivado com a audição. Quer dizer, o contato da pessoa com o mundo exterior só se completa através da visão e da audição.

Quer dizer, a pessoa está em contato com o mundo se ela ver e ouvir o que está acontecendo nas suas proximidades. O ato de ouvir leva a pessoa a uma compreensão do que está acontecendo bem como estimu­la a pessoa ao ato de resposta que é através da fala.

Ouvir leva à compreensão da fala o que é fundamental para a inte­ração entre as pessoas. Por outro lado, manter o que nós chamamos de acuidade auditiva, isto é a capacidade de a pessoa ouvir sons dentro dos níveis de compreensão, é relativamente mais simples do que a acuidade visual, por exemplo.

No que diz respeito à educação de surdos o Brasil foi pioneiro havendo sido criado o primeiro Instituto de Assistência Educacional aos surdos na América Latina. Só que, com o passar dos anos não houve continuidade e nos dias atuais somos dos povos que não dão mais assistência integral a essa população. Nos dias atuais segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 5% dos brasilei­ros, o que equivale a mais de 10 milhões de pessoas, são portadores de deficiência auditiva sendo que 2,7 milhões têm surdez profunda, isto é, não escutam nada.

Interessante é que a surdez no Brasil afeta mais os homens, 57% do que as mulheres, 46%. Com relação à perda auditiva o Brasil é um dos países mais surdos do mundo, sendo que quando comparado com a América Latina e Caribe se situa em primeiro lugar no número de surdos. O SUS (Sistema Único de Saúde) com sua crônica falta de investimentos na saúde tem feito pouco ou quase nada no tocante às medidas preventivas de combate à surdez no Brasil.

O médico especialista em doenças dos ouvidos principalmente a surdez é o Otorrinolaringologista ou otorrino. Esse especialista é o médico habilitado a tratar não só os problemas de surdez como também as doenças da garganta e da laringe. O SUS que antes da pandemia já operava com dificuldade no tratamento preventivo de combate à sur­dez, com a pandemia instalou-se uma deficiência completa no setor.

Em nossa cidade o número de médicos otorrino é deficiente para atender à demanda e como corolário desse colapso a tendência é o aumento cada vez maior de deficientes auditivos parciais ou totais. Fato também evidente é que a perda auditiva está relacionada com a idade, sendo que o marco divisor se situa aos 50 anos de idade, sendo que 57% dos surdos têm 60 anos ou mais, e só 9% já nasceram surdos. Há estudos esta­tísticos e projeções sugerindo que até o ano 2050 haverá um número muito grande de surdos no mundo e o Brasil acompanha essa tendência.

Mas o que pode ser feito para diminuir essa tendência? Apesar de ser alarmante essa tendência medidas simples diárias podem ser tomadas com resultados satisfatórios garantindo uma saúde auditiva ao longo da vida. Infecções de ouvido como as otites, acúmulos de cera, tumores benignos, assistência ao recém-nato, doenças como a rubéola e esquemas de vacinação tanto das mulheres como das crianças são importantes.

Nos adolescentes e adultos os fones de ouvido internos, evitar sons altos demais e a poluição sonora que é a principal causa de surdez entre jovens, hábitos de ouvir música com volume muito alto em fones de ou­vido, carros de som, enfim o protetor de ouvido são medidas eficientes no combate à poluição sonora que pode levar à surdez.

Doenças como o AVC (Acidente Vascular Cerebral) podem levar à perda auditiva. Por outro lado, hábitos saudáveis como exercícios físicos diários, dieta pobre em gordura, controlar a pressão podem contribuir para a recuperação da audição.

É fundamental uma consulta anual ao médico otorrino, mesmo que a pessoa achar que está ouvindo normal, isto sim, significa cuidar bem dos seus ouvidos e compensa. E como compensa evitar ficar surdo.

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